Dados da Submissão

Título

ABORDAGEM GEOQUÍMICA E GEOCRONOLÓGICA EM ROCHAS ORTODERIVADAS DO SISTEMA DE ARCOS MAGMÁTICOS INTERNO (IMAS) E SEU EMBASAMENTO PALEOPROTEROZÓICO, NO ORÓGENO RIBEIRA

Texto do resumo

A região central da Província Mantiqueira é um testemunho geológico dos complexos estágios evolutivos da orogênese Brasiliana-Pan Africana, desde a formação dos arcos magmáticos até os intensos eventos colisionais durante a edificação da plataforma Sul-Americana. Ao longo da última década foram realizados diversos estudos na região entre os Sistemas Orogênicos Araçuaí e Ribeira (AROS), no sudeste brasileiro, que descreveram rochas plutônicas Neoproterozóicas com características litogeoquímicas de arcos magmáticos cordilheiranos pré a sin-colisionais, em associação com rochas ortoderivadas do embasamento Paleoproterozóico e coberturas metassedimentares Neoproterozóicas. Os estudos desses cinturões acrescionários neste sistema orogênico contribuem com informações valiosas para compreender os processos geológicos envolvidos na formação do Supercontinente Gondwana Ocidental. Este trabalho visa investigar a relação entre as rochas do Sistema de Arcos Magmáticos Interno (IMAS) com seu embasamento Paleoproterozóico, o Complexo Quirino. Estes fazem parte da estrutura geológica do Terreno Central, na Orogenia Ribeira, representando uma zona tectônica conectiva essencial entre os Orógenos Ribeira e Araçuaí, no contexto do Sistema AROS. A pesquisa apresenta novos dados sobre as rochas granitóides de alto grau metamórfico do IMAS e do Complexo Quirino. Amostras foram coletadas na região sudeste do Estado de Minas Gerais, entre as cidades de Mar de Espanha e Além Paraíba. Adotou-se uma abordagem multidisciplinar, envolvendo revisões bibliográficas, mapeamentos geológicos, análises petrográficas, litogeoquímicas e geocronológicas (U-Pb). Estudos petrográficos e litogeoquímicos preliminares mostram que as rochas metabásicas de alto grau metamórfico do IMAS são intrusivas nas rochas gnáissicas do embasamento (Complexo Quirino). Essas rochas apresentam composição variando de tonalíticas a monzoníticas e, minoritariamente gabróicas, com características de séries toleíticas a cálcio alcalinas expandidas. Os padrões dos elementos terras raras (ETR) normalizados e dos diagramas tectônicos indicam de que estas rochas podem representar vestígios de um arco magmático cordilheirano, formado em um ambiente tectônico controlado por intensos processos magmáticos de alto grau metamórfico, em uma margem continental ativa e com significativa contribuição de embasamento Paleoproterozóico. As rochas ortoderivadas do Complexo Quirino foram analisadas utilizando a metodologia por U-Pb através de um LA-MC-ICPMS em grãos de zircão. Os resultados isotópicos indicam idades de cristalização Paleoproterozóicas e registros metamórficos de idade brasiliana, consistente com o reportado na literatura. A integração dos novos dados obtidos nesta pesquisa com a literatura existente contribui com mais detalhes para os estudos da evolução geotectônica do IMAS no Orógeno Ribeira e a sua correlação com os arcos magmáticos cordilheiranos descritos na Orogenia Araçuaí. Ressalta-se a importância desses estudos na região setentrional limítrofe entre esses orógenos citados, reconhecidamente uma zona ainda carente de maiores informações geológicas. Dessa forma, contribui-se ao entendimento dos processos de amalgamação dos arcos magmáticos do Sistema AROS, junto à borda do Cráton do São Francisco durante a história geotectônica do Supercontinente Gondwana Ocidental na plataforma Sul-Americana.

Palavras Chave

Gondwana Ocidental; Terreno Central; Arcos Magmáticos Interno (IMAS); Sistemas Orogênicos Araçuaí e Ribeira (AROS); Complexo Quirino