51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CONTORNO ESTRUTURAL E ESPESSURA DO GRUPO SERRA GERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO A PARTIR DO TRATAMENTO DE DADOS GEOLÓGICOS DE POÇOS TUBULARES

Texto do resumo

O Grupo Serra Geral (GSG) constitui a Província Magmática Paraná (PMP) no território brasileiro e corresponde a uma das maiores províncias ígneas continentais do planeta, resultado de extensa atividade vulcânica que precedeu a quebra do supercontinente Gondwana e a abertura do Oceano Atlântico Sul durante o Cretáceo Inferior (Peate, 1997). No contexto da estratigrafia da Bacia do Paraná, o GSG ocorre sobre os arenitos eólicos da Formação Botucatu e é sobreposto pelos sedimentos cretáceos do Grupo Bauru (Milani et al., 1998). Trabalhos como Zalán et al. (1987) apresentaram mapas de isópacas para o GSG na Bacia do Paraná, enquanto outros abordaram o contorno estrutural do topo do GSG e topo da Formação Botucatu. O presente estudo, no entanto, possui como objetivo a caracterização do contorno estrutural do GSG em uma análise integrando dados de topo, base e espessura da sequência vulcânica no Estado de São Paulo, incluindo um número expressivo de poços tubulares, para estudos de correlação estratigráfica. Foram elaborados mapas de contorno estrutural da base e do topo do GSG, assim como de isópacas representando suas espessuras. Os dados litológicos utilizados são provenientes de perfis geológicos de poços tubulares profundos, disponibilizados pelo Sistema de Informação de Águas Subterrâneas (SIAGAS) do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do estado de São Paulo. Foi feita a seleção de poços a serem utilizados para cada tipo de mapa, de modo que o mapa de espessuras e de contorno estrutural da base foram elaborados a partir de poços que atravessam o GSG e atingem as formações sedimentares subjacentes, resultando em 1.048 poços. Para o mapa de contorno estrutural do topo, foram utilizados 5.525 poços. Os dados foram georreferenciados e os mapas foram gerados a partir da ferramenta de interpolação Topo to Raster do software de geoprocessamento ArcMap®. A partir do mapa de contorno estrutural da base do GSG, observou-se o caimento de sua base para NW, com predomínio de cotas negativas na porção NW do Estado (até -1344 m) e cotas positivas a SE (até 955 m), que se separam por uma feição de direção N20-30ºE. O mapa de contorno estrutural do topo do GSG reflete este caimento para NW, com cotas mais baixas no extremo oeste (mínimo de 145 m) e mais altas a leste (máximo de 1060 m). O mapa de isópacas indica que a pilha vulcânica é mais espessa na região oeste do Estado, com espessura de até 1537 m. Destaca-se o aumento contínuo de espessuras entre a região noroeste e o extremo oeste, em conjunto com a diminuição de cotas da base do GSG. Os mapas produzidos indicam, no geral, o aumento das espessuras em conjunto com a diminuição das cotas da base para oeste, em direção ao centro da Bacia do Paraná, enquanto as bordas da pilha vulcânica, a leste, apresentam menores espessuras e aumento das cotas, com influência decorrente do soerguimento da borda leste da Bacia do Paraná (Zalán et al., 1987).

Palavras Chave

Grupo Serra Geral; contorno estrutural; Bacia do Paraná

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Amanda Alves Ferreira, Júlia Taciro Mandacarú Guerra, Valdecir de Assis Janasi, Francisco de Assis Negri