51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CROMITITOS DO COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO TRÓIA-PEDRA BRANCA, DOMÍNIO CEARÁ CENTRAL DA PROVÍNCIA DA BORBOREMA: IMPLICAÇÕES METALOGENÉTICAS PARA A MINERALIZAÇÃO DE PLATINA-PALÁDIO + AU

Texto do resumo

Complexos máficos-ultramáficos vêm despertando mundialmente um crescente interesse científico e econômico devido ao potencial de descobrimento de novas jazidas de metais relevantes na transição energética, como a Platina, hoje principalmente minerada na África do Sul. O Complexo Máfico-Ultramáfico Tróia-Pedra Branca, parte do núcleo Arqueno Maciço de Tróia, situado no Domínio Ceará Central da Província da Borborema, é historicamente reconhecido por suas mineralizações de elementos do grupo da platina (EGP) — Platina-Paládio + Au — associadas majoritariamente a cromititos. Neste contexto, o presente trabalho objetiva caracterizar em detalhe os cromititos do Complexo Máfico-Ultramáfico Tróia-Pedra Branca, a fim de contribuir para o entedimento da gênese das mineralizações de EGP. O trabalho é resultado de uma parceria com a empresa ValOre Metals Corp. no âmbito do empreendimento de exploração “Pedra Branca Palladium-Platinum Project”. Para este estudo, foram descritas 14 lâminas delgadas polidas, produzidas a partir de amostras representativas dos cromititos dos corpos mineralizados: Esbarro, Curiú, Cedro e Trapiá. Para descrição detalhada foi utilizado microscópio e lupa petrográficos e microscópio eletrônico de varredura (JSM-6610LV) com EDS acoplado no Laboratório de Geologia Isotópica da UFRGS. Embora os corpos estudados apresentem características um pouco distintas entre si, os cromititos tendem a ser similares e ocorrem em camadas maciças ou em lentes associados a rochas duníticas e harzburgíticas. No geral, são semimaciços, com cromita variando de 40 a 60%, apresentam textura fina com cristais de tamanho médio de 2mm, euédricos a subédricos e geralmente isolados contornados por silicatos. Os cromititos apresentam intensa transformação marcada pela alteração dos silicatos primários em Cr-clinocloro, localmente tremolita, sendo raros os relictos de olivinas e ortopiroxênios. Os cristais de cromita mostram variações texturais e composicionais significativas. Podem ser límpidos ou apresentarem coroa nas bordas, ter ou não presença de inclusões, ocorrer com formato e tamanho variado numa mesma amostra, apresentar exsoluções, fraturamentos em padrões diversos, corrosões internas circulares e corrosões ao longo de eixos cristalográficos. Corrosões nas bordas tendem a ser comuns a todos os tipos. As zonações composicionais, quando ocorrem, marcam processos de alteração da cromita original com decréscimo de cromo em direção às bordas. Em síntese, os cromititos apresentam uma complexa sobreposição de processos. O trabalho segue em andamento e já identificou ao menos três fases principais na cromita: a formação primária do mineral, sendo que a composição se encontra quase totalmente modificada, a intensa alteração e corrosão por processos hidrotermais/metassomáticos durante a formação do clinocloro e o reequilíbrio por processos metamórficos. A ordenação e entendimento destes processos que afetam a cromita requer refinamento e é fundamental para o entendimento metalogenético das mineralizações de Platina-Paládio + Au.

Palavras Chave

EGP; Platina-Paládio; cromititos; complexos máficos-ultramáficos.

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Adriana Vitória Jacomini, Juliana Charão Marques, Rafael Silva Diniz, Thiago Botelho Diniz