51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA PREFEITURA BAIRRO IX - PAU DA LIMA, SALVADOR - BAHIA

Texto do resumo

A crise ambiental atual é apontada por muitos estudiosos como reflexo da busca desenfreada do homem pelo crescimento econômico e ocupação ampla e intensa dos espaços naturais. Este cenário se torna ainda mais evidente nas cidades, onde o meio físico, como suporte para as atividades humanas, é amplamente requisitado, impactando a ocupação e organização do território. Nesse contexto, torna-se essencial a implementação de políticas voltadas para a gestão ambiental e planejamento territorial. Desta forma, o mapeamento geoambiental pode ser útil para identificar os principais impactos, restrições, conflitos, potencialidades, bem como medidas mitigadoras em áreas urbanas. Um exemplo prático desse enfoque foi realizado na prefeitura bairro IX, Pau da Lima, no município de Salvador-Bahia. Esta prefeitura bairro destaca-se por apresentar fragilidades ambientais decorrentes de características do meio físico, ocupação urbana indevida e sendo a região de Salvador com maior quantidade de áreas de risco geológico alto. Para a realização do mapeamento, foram utilizadas técnicas de geoprocessamento, interpretação de imagem de satélite, produção de mapas temáticos, cruzamento de informações e trabalhos de campo, que deram origem à carta de Unidades Geoambientais de Pau da Lima. Também foi utilizado o PDDU de Salvador, bem como o Código Florestal para definir as restrições ambientais existentes, com o intuito de unir as informações do meio físico e às da legislação ambiental vigente. A partir de fotointerpretação e visitas a campo, foram individualizadas cinco unidades geoambientais, compartimentadas principalmente com base no relevo e uso do solo local. A Unidade 1 abrange porções periféricas dos morros, com altitudes moderadas, geralmente até 100 m e porções aplainadas. Marcada por relevo de colinas com topo convexo e vertentes íngremes sustentadas por rochas do embasamento cristalino. Esta unidade possui porções ocupadas inadequadamente na meia encosta, sugerindo a presença de áreas de risco a deslizamento. A unidade 2 possui maior variação de declividade, indo de 3 a 45%. Constituída por morros e vertentes íngremes sujeitas a risco de deslizamento e erosão intensa, sendo necessária a retirada da população e medidas de contenção de encostas. Foram identificadas várias áreas de risco alto a deslizamento, sendo a unidade de Salvador com maior potencial de risco geológico. A unidade 3 apresenta zonas com alta declividade, mas diferente da unidade 2, possui áreas com relevo plano, e já não possui tantos riscos geológicos mapeados, totalizando riscos médios e altos. Esta unidade apresenta ocupação consolidada, resultando em exposições pontuais de encostas. A unidade 4 tem predominância de relevo plano, com declividades acentuadas em pontos específicos e apresenta como substrato a formação Barreiras. A unidade 5 é representada por vales em formato de ‘’U’’ que atravessam as outras Unidades e está sujeita a diversos alagamentos, sendo muitas vezes alvo de intensa ocupação. Sendo assim, é evidente que os mapas geoambientais se configuram como ferramentas essenciais para o planejamento territorial e contribuem significativamente para a tomada de decisão eficaz, quanto ao uso e ocupação do solo urbano.

Palavras Chave

Mapeamento Geoambiental; risco; Ocupação Urbana.

Área

TEMA 03 - Risco Geológico, Geologia de Engenharia e Barragens

Autores/Proponentes

Júlia Ferreira Sampaio Pessoa, Jéssica Neres dos Santos, Érica Cardoso de Lima, Fabiano Carvalho Melo