51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESPESSURAS DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS DA HOMOCLINAL SERRA DO CURRAL – QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG

Texto do resumo

A Homoclinal Serra do Curral delimita a porção norte do Quadrilátero Ferrífero (QF) e é cartão postal da capital mineira, Belo Horizonte, sendo uma das principais feições geomorfológicas da região. Com objetivo de compreender melhor a distribuição litoestratigráfica das unidades geológicas que a compõem foi confeccionado um modelo geológico a partir de dados de mapas geológicos regionais. O relevo da Serra do Curral, assim como do restante do QF, é determinado por erosão diferencial controlada por características litoestruturais. Quartzitos e itabiritos determinam as cristas da serra e os altos topográficos regionais, xistos e filitos ocorrem em regiões de relevo intermediário, preenchendo os sinclinais e anticlinais, enquanto os complexos gnáissicos são reservados às porções mais baixas (Dorr, 1969). Em idade decrescente, as unidades litoestratigráficas que compõem a Serra do Curral são o Grupo Nova Lima, na base, as sequências do Supergrupo Minas, e o Grupo Sabará no topo. Aflorando nas áreas mais baixas à sul da serra, ocorrem as sequências metavulcanossedimentares do Grupo Nova Lima; constituindo a base e flancos sul, afloram os metassedimentos das formações Moeda e Batatal, enquanto os itabiritos da Formação Cauê e as coberturas lateríticas derivadas formam as porções mais altas e demarcam a crista da serra. O flanco norte é dominado pela formação Gandarela e, pouco mais distante, ocorrem as rochas metassedimentares dos grupos Piracicaba — que apresentam inversão estratigráfica próximo ao contato com o Gr. Itabira — e Sabará. Devido à complexidade tectônica da região, a compreensão do comportamento e relação entre unidades em profundidade é dificultada. Para contornar o problema, um modelo geológico detalhado da Serra do Curral foi concebido utilizando licença gratuita do software LeapFrogTM, desenvolvido pela empresa Seequent, a partir do mapa geológico produzido pela CODEMIG (2005). A modelagem permitiu a visualização espacial da relação entre as unidades e a confecção de 19 perfis geológicos, que possibilitaram o cálculo das espessuras mínimas, médias e máximas das unidades que compõem a serra. Das unidades pertencentes ao Supergrupo Minas, da base para o topo, a Formação (Fm.) Moeda mostrou variação de espessura de 33 a 403 m, com média de 150 m, já a Fm. Batatal tem variação de 70 a 562 m, com média de 201 m. A Fm. Cauê mostrou variação de 195 a > 2.131 m, com média de 594 m, já a Fm. Gandarela possui espessura variando de 60 a 856 m, com média de 486. Recobrindo o SG. Minas, as rochas do grupo Piracicaba possuem espessura média de 762m, com máxima de 1440 m e mínima de 73 m e, por fim, o Grupo Sabará, com média de 4.253 m, com variação de 1.020 a 10.848 m. Devido à escala aplicada ao estudo, as coberturas superficiais, o grupo Nova Lima e o complexo metamórfico Bonfim não puderam ser mensurados. Dada a importância econômica e científica de uma província geológica como o QF, a modelagem de suas unidades pode possibilitar melhor compreensão de parâmetros como cálculo volumétrico de recursos e características hidrodinâmicas de unidades aquíferas, contribuindo para a evolução do conhecimento geológico como base de dados para futuros estudos conduzidos na região.

Palavras Chave

Serra do Curral; Modelo Geológico; Estratigrafia

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Thomaz Augusto Vasconcellos Vidal, Bruno Pandolf Ladeira, Ricardo Araujo Cançado Fernandes Papa, Felipe Augusto Alves Pereira, Gabriel Piassi Tosi, João Victor Rodrigues Ferreira Fraga, Rodrigo Sérgio de Paula, Paulo Galvão, Pedro Casagrande, Marília Melo