Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO TRIDIMENSIONAL DA REGIÃO DO CAMPO DE BÚZIOS USANDO ANÁLISE MULTIATRIBUTOS SÍSMICOS E DADOS DE POÇOS REVELA IMPLICAÇÕES SOBRE SUA EVOLUÇÃO TECTONO-ESTRATIGRÁFICA
Texto do resumo
O Campo de Búzios destaca-se como um dos campos de petróleo mais produtivos ao longo da margem leste brasileira. Apesar inúmeras pesquisas recentes focarem-se nos reservatórios do pré-sal, poucos são os estudos dedicados à caracterização tridimensional em todo o intervalo estratigráfico do Campo de Búzios. Portanto, este trabalho objetiva a caracterização espacial de um volume ao longo do Campo de Búzios utilizando interpretação tridimensional do volume sísmico integrada à análise de atributos sísmicos e de dados de poços. A combinação dessas ferramentas permitiu a compreensão de diversos parâmetros relacionados à evolução tectono-estratigráfica da Bacia de Santos. Na área mapeada, foram identificadas cinco unidades com características sísmicas bem marcadas: Sin-Rifte I, Sin-Rifte II, Pós-Rifte I, Pós-Rifte II, Drifte I e Drifte II. O modelo 3D revelou importantes feições, como a variação de profundidade da unidade Sin-Rifte I e a morfologia bastante heterogênea da unidade Pós-Rifte II. A unidade Sin-Rifte I apresenta maior profundidade em direção a N-NW e menor profundidade em direção a S-SE, devido a um sistema regional de semi-grabens. Esse sistema influencia a geometria e a espessura do pacote pré-sal, uma vez que altos e baixos estruturais são um importante condicionante da acomodação dos sedimentos. A unidade Pós-Rifte I exibe uma geometria predominantemente regular e espessura constante, mas tende a espessar em direção ao S-SE e apresenta uma leve flexura descendente em direção a NE, no sudeste do Campo de Búzios. Em três dimensões, a morfologia complexa da unidade Pós-Rifte II é evidenciada pela variação de espessura e topografia irregular, o que evidencia a intensa halocinese atuante na Bacia de Santos. Acima da camada evaporítica, a espessura da unidade Drifte I é altamente condiconada pela morfologia do sal, com pacotes mais espessos e deformados em áreas em que a seção salina é mais fina. Por sua vez, a unidade Drifte II apresenta espessura relativamente constante, com variações menores próximas às zonas de falha. Comparações com outros campos dentro da Bacia de Santos (Tupi e Sapinhoá/Lapa) revelam diferenças na espessura das camadas, mobilização e rotação dos blocos sin-rifte. A camada Pós-Rifte I (Formação Barra Velha) e o pacote Pós-Rifte II (Formação Ariri) são mais finos e menos mobilizados na área do Campo de Búzios. Além disso, os blocos sin-rifte são menos rotacionados e os refletores internos apresentam menor inclinação na área de estudo quando comparados a esses outros campos. Portanto, essa pesquisa conclui que a menor mobilização de sal, a menor espessura do pacote pós-rifte e a menor rotação dos blocos sin-rifte observadas na área do Campo de Búzios estão relacionados à distância relativa da margem continental e, consequentemente, à quantidade de deslocamento gerada pelo Rifte do Atlântico Sul. Nesse contexto, o Campo de Búzios encontra-se em uma região mais proximal em comparação com os campos de Tupi e Sapinhoá/Lapa, apresentando características que sugerem um deslocamento menor.
Palavras Chave
caracterização sísmica; Evolução tectônica; bacias do tipo rifte; Bacia de Santos; Campo de Búzios
Área
TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos
Autores/Proponentes
Fernanda Moura Costa, Aline Tavares Melo, Tiago Amâncio Novo