51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CAMPO DE SAPINHOÁ (PRÉ-SAL DA BACIA DE SANTOS): CICLOS DE RASEAMMENTO COMO UNIDADE FUNDAMENTAL PARA MONTAR O ARCABOUÇO ESTRATIGRÁFICO DO RESERVATÓRIO CARBONÁTICO.

Texto do resumo

O campo de petróleo de Sapinhoá foi descoberto pela Petrobras como operadora de um consórcio internacional em 2008, em água ultraprofundas da Bacia de Santos. A estrutura que armadilha os hidrocarbonetos é típica de uma acumulação standard do play pré-sal: um meio-graben formado junto com o rifteamento cretácico na Margem Passiva Continental Atlântica. A unidade tectono-estratigráfica mais superior dessa estrutura, a chamada “seção sag”, formalmente denominada Formação Barra Velha, é constituida por aproximadamente 200 metros de uma sucessão de facies estromatolíticas de origem predominantemente microbial (às vezes carbonática abiótica) que confere, a exemplo de outros campos circunvizinhos, produtividades de classe mundial aos poços perfurados. Entre 2020 e 2023 uma equipe de geocientistas da Unisinos, em regime de contrato P&D, sob encomenda da Petrobrás, elaborou um projeto de modelagem baseado em todos os dados geológicos e sísmicos obtidos por 23 poços em Sapinhoá, visando o desenvolvimento de um “plug in” de simulação estratigráfica do reservatório desde o marco geológico DPA (discordância pré-Alagoas) até a base da sequência evaporítica, englobando aproxiamdamente 10 milhões de anos. Para tanto foi usada a seguinte metodologia visando o fatiamento e entendimento da arquitetura crono-estratigráfica da área: 1) divisão dos grandes segmentos tectono-sedimentares com limites superior e inferior delimitados pelo reconhecimento de discordâncias ou superfícies de conformidades regionais em sísmica de reflexão 3D em intervalos do mais recente para o mais antigo: A, B, C; 2) identificação nos perfis geofísicos dos poços, principalmente calcado em registros de raios gama, sônico e ressonância magnética de ciclos individuais de raseamento no interior de cada segmento ou intervalo. Identificados de 3 a 6 ciclos por segmento; 3) através de uma detalhada campanha de descrição de testemunhos em poços-chave foi elaborada uma sucessão de empilhamento das litofácies acompanhando a evolução de um ciclo padrão; 4) hierarquização dos elementos em associação de facies para um match ciclos-litofacies-eletrofácies baseadas no registro de todos os perfis e posterior adaptação para a escala da sísmica e adequação para os in puts da modelagem; 5) com emprego dos registros de perfis de porosidade e permeabilidade foram definidos 4 grupos de sistemas Phi-K (porosidade/permeabilidade) que, confrontados com atributos sísmicos diversos, possibilitou a construção de um volume 3D permo-poroso. Os ciclos são, nada mais nada menos, do que parassequências sensu Van Wagoner (1985). A técnica de utilização do ciclo de raseamento como unidade fundamental para a construção do arcabouço estratigráfico foi crucial para o correto ajuste dos limites inferior e superior dos grandes intervalos, para a correlação crono ao longo das seções dip e strike, para a adequação das escalas rocha-perfil-sísmica, enfim pelo cunho genético de todo o processo no interior de um ciclo dando sólidas pistas da distribuição da espessura da lâmina dágua e energia do ambiente ao longo do tempo e em área, fatores importantes para a posterior modelagem estratigráfica.

Palavras Chave

ciclos no pré-sal; Campo de Sapinhoá; análise estratigráfica Sapinhoá; ciclos Campo Sapinhoá

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Marco Antônio Pinheiro Machado, Ariane Santos da Silveira, Paulo Sergio Gomes Paim, José Manuel Marques Teixeira de Oliveira, Adali Ricardo Spadini, Ilana Fernandes Lehn, Alexandre Santos de Castro, Samuel Viana, José Eduardo Faccion, Roberto Salvador Francisco D'ávila, Marina Luiza Jordão Martins, Lubin Eric Cayo