51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CONSIDERAÇÕES SOBRE A BIOESTRATIGRAFIA DA BACIA DO TACUTU, RORAIMA

Texto do resumo

Em decorrência de seu potencial oleífero e gaseífero, a Bacia do Tacutu tem sido alvo de novo interesse exploratório, suscitando certa urgência no esclarecimento de questões básicas de sua tectono-estratigrafia. Na Guiana, estudos bioestratigráficos situaram a Formação Tacutu em intervalo Juro-Cretáceo Inferior (Barremiano) e a Formação Tucano no Cretáceo Superior (Turoniano?). As idades correspondentes ao Cretáceo Superior basearam-se na ocorência dos dinoflagelos Isabelidinium cf. I. cooksoniae, Florentinia sp. e Trichodinium castanea, além de polens de Araucariacites australis, mas estes últimos são formas reconhecidas também no Paleógeno. O Cretáceo Inferior têm se baseado no LAD do macrofitofóssil Pagiophyllum sp. (com FAD no Triássico), bem como no conjunto dos palinomorfos. As idades Jurássicas basearam-se na presença abundante, mas pouco diversa, de polens de Classopollis, em particular, C. torosus. Dado que, à exceção de C. major ,estas formas não são mais consideradas bons marcadores bioestratigráficos, logo, uma revisão da palinoestratigrafia da Formação Tucano deveria ser feita. No Brasil, o sequenciamento estratigráfico da Bacia do Tacutu fundamenta-se basicamente nos poços exploratórios 1ST-1-RR e 1TU-1-RR da PETROBRAS, bem como em análises de afloramentos e de perfilagens sísmicas. Na Formação Pirara, embora seja possível reconhecer formas relacionadas ao gênero Classopollis, Araucariacites e alguns esporos triletes, nenhum marcador foi ainda encontrado. Na Formação Serra do Tucano é registrado um abundante e diverso conteúdo macrofossilífero, abrangendo desde restos animais a vegetais. Lenhos fósseis têm posicionado estes níveis no Cretáceo Inferior (Aptiano-Albiano) e pegadas de dinossauros, embora não sejam também marcadoras de um ou outro período, coadunam-se com idades sugeridas por outros grupos. Datações isotópicas efetuadas nos basaltos e andesitos da Formação Apoteri tem retornado idades de 178-114 Ma (K/Ar) e 149±0.3 Ma (Ar/Ar), reforçando as idades bioestratigráficas. Considerando-se a natureza e ranges bioestratigráficos dos grupos fósseis recuperados na porção brasileira da Bacia do Tacutu, bem como o crescente conhecimento acerca das suas litologias e ambientes deposicionais, acredita-se que há grande potencial para uma maior resolução bioestratigráfica e para correlacionar afloramentos e níveis brasileiros e guianenses desta bacia, devendo-se, para isso, resolver as questões levantadas aqui sobre o range estratigráfico de algumas formas problemáticas (Classopollis e Araucariacites), bem como investir-se mais em estudos bioestratigráficos.

Palavras Chave

Bioestratigrafia; Juro-Cretáceo; Bacia do Tacutu

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Carlos Eduardo Lucas Vieira, Vladimir Souza, Lorena Malta Feitoza, Elizete Celestino Holanda, Moeme da Silva Máximo Ramos, Lucas Souza Barros, Bruna Mendel Naissinger, Eduardo Silva Aguiar