Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO DE DEFORMAÇÃO RÚPTIL ATRAVÉS DE BRECHAS TECTÔNICAS NO DOMÍNIO BACAJÁ, CRÁTON AMAZÔNICO
Texto do resumo
O Cráton Amazônico representa uma grande unidade geotectônica que compreende várias províncias crustais de idades arqueana a neoproterozoica. Os limites entre as províncias foram delimitados segundo estudos geológicos e, principalmente, geocronológicos. O Domínio Bacajá, está inserido na porção sudeste do Cráton Amazônico e tem sua evolução tectono-magmática relacionada ao Ciclo Transamazônico (2,21 – 2,07 Ga), período no qual ocorreu acreção juvenil e retrabalhamento de rochas mas antigas. Os estágios orogenéticos do Ciclo Transamazônico podem ser divididos em pré, sin, tardi e pós-colisionais. Grandes zonas de cisalhamento de direção NW-SE e WNW-ESE ocorrem na região. Associados a estas, zonas com caráter deformacional ruptil apresentam produtos como falhas, filonitos e brechas. Nesse contexto, o presente trabalho se propôs a analisar a ocorrência de brechas tectônicas e cataclasitos, dentro da porção oeste do Domínio Bacajá. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico a respeito da geologia regional e local, campanha de campo e descrição petrográfica macroscópica e microscópica. As microestruturas evidenciam que as rochas foram submetidas à deformação plástica com processos de recuperação, representado por extinção ondulante e formação de subgrãos em cristais de quartzo. Com o aumento gradual da temperatura se inicia o processo de recristalização por bulging que ocorre por volta de 350°C, até a rotação de subgrãos em torno de 400°. Posteriormente, foram afetadas por deformação frágil, tendo como principal mecanismo o fluxo cataclástico e a presença de microfraturas. Em mesoescala duas importantes famílias de fraturas foram descritas e mostram trend preferencial segundo a direção NNW-SSE e ENE-WSW, as quais ocorrem como “stockwork”. O protólito das rochas é sedimentar, atestado pela mineralogia e feições de campo. Portanto, podem representar sequências greenstone belts da Suíte Três Palmeiras (3.0 – 2.36 Ga) afetadas por reativação rúptil de zonas de cisalhamento na passagem do Riaciano para Orosiriano. Desta forma, esta pesquisa preliminar atesta fortemente a presença de deformação frágil ao longo da evolução do Domínio Bacajá.
Palavras Chave
Reativação Tectônica; Microestruturas; fluxo cataclástico
Área
TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica
Autores/Proponentes
José Bruno Souza Furtado, Antonio Alessandro Jesus Braga