51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESTUDO DOS MINERAIS PESADOS DOS SEDIMENTOS PRÉ- E PÓS-ACIDENTE DE MARIANA AO LONGO DO RIO DOCE, RELACIONADOS AO ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE FUNDÃO (SAMARCO MINERAÇÃO, MARIANA, MG, NOV-2015)

Texto do resumo

Quase completando nove anos, o rompimento da barragem de rejeitos de mineração de ferro da SAMARCO, em Mariana – MG, foi responsável pelo despejo de milhões de toneladas de lama rica em ferro no Rio Doce. Isso resultou em uma contaminação do ambiente gerada pelas grandes quantidades de minerais pesados que recebeu, tornando-o um ambiente tóxico e gerando um grande impacto ambiental e humano. O projeto tem como objetivo promover um estudo quantitativo e comparativo dos sedimentos pré- e pós-acidente e, através disso, ser capaz de comprovar a influência do acidente na poluição por rejeitos ao longo do rio. Inicialmente, coletaram-se 16 amostras de sedimento, divididas entre pré- e pós, ao longo do Rio Doce, desde Ipatinga, passando por Governador Valadares, até Aimorés, na fronteira com o Espírito Santo. A primeira parte do processo foi a deslamagem, para retirar a parte argilosa que não seria estudada, utilizando baldes para depositar o sedimento e água para separar a lama do resto. Para dividir os sedimentos em leves e pesados, realizou-se mais uma separação através do uso de uma bateia manual de metal. Após secagem em estufa, separou-se magneticamente cada uma das 16 amostras fazendo uso de dois tipos de ímãs: um normal, que separa magnetita, e um de Neodímio, esse último sendo mais potente e retirando outros minerais ferromagnesianos, como a ilmenita e rutilo. As frações (não magnético, magnetita e magnético retirado por ímã de Neodímio) foram pesadas em uma balança de precisão na quinta casa decimal de grama e os valores lançados em uma tabela do Excel para gerar gráficos e diagramas para avaliação dos dados adquiridos. As amostras pós-acidente possuem uma quantidade maior de minerais magnéticos em relação às amostras pré-acidente. Além disso, observa-se que as áreas mais proximais ao rompimento foram mais afetadas, concentrando a maior parte do rejeito despejado. Ao longo do rio, a quantidade de minerais pesados e magnéticos se estabiliza, até chegar a um ponto onde praticamente se iguala à quantidade encontrada nas amostras pré-acidente, isso já em áreas mais distais, mais especificamente na cidade de Aimorés, na fronteira com o Espírito Santo. Pode-se concluir que, além de ter sido claramente afetado, o Rio Doce também foi um grande responsável na retenção dessa lama despejada, dificultando a chegada do rejeito ao mar por influência de diversos fatores, como a presença de barragens hidroelétricas e entrada de afluentes que desaceleraram essa onda de rejeito.

Palavras Chave

Minerais Pesados; Rio Doce; acidente de Mariana

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Catarina Herdy Ferraz Barbosa, Claudio de Morisson Valeriano, Felipe Fernandes de Farias, João Victor Aguiar Feitosa