51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE SISMOESTRATIGRÁFICA DO RESERVATÓRIO TURBIDÍTICO DA FM. CARAPEBUS NOS CAMPOS ALBACORA E ALBACORA LESTE - BACIA DE CAMPOS

Texto do resumo

A Bacia de Campos tem sido, desde a década de 1970 até hoje, uma das principais produtoras offshore de óleo e gás do Brasil. A área de estudo inclui os campos de Albacora e Albacora Leste, situados ao norte da bacia, ambos em produção desde 1978 e 1998, respectivamente. Apesar de uma produção média mensal de 33 mil barris de petróleo (ANP, 2022), não há estudos detalhados com enfoque sismoestratigráfico e identificação dos reservatórios turbidíticos dentro de um arcabouço estratigráfico. Reservatórios siliciclásticos depositados por correntes de turbidez são economicamente importantes devido à sua permo-porosidade. A interpretação sismoestratigráfica ajuda a definir sua evolução e heterogeneidades, impactando a produção. O estudo visa a análise de terminação de refletores, delimitação das unidades sismoestratigráficas (zoneamento do intervalo produtor) e a elaboração de uma carta cronoestratigráfica, a fim de caracterizar a estratigrafia de sequências do reservatório produtor em ambos os campos. Foram utilizados dados sísmicos migrados em profundidade do levantamento sísmico 2D R0258_2D_SPEC_PSDM_BM_C, fornecido pela ANP para estudos acadêmicos. Após a seleção da linha sísmica, a delimitação de topo e base do intervalo foi estabelecida para a definição do intervalo de estudo. Foi realizada a interpretação completa dos refletores sísmicos no intervalo de estudo, traçando sua continuidade e suas terminações estratais. Foram encontradas terminações do tipo onlap, downlap, toplap e truncamento erosivo. A análise das terminações ordenadas de forma sucessiva ao longo de uma superfície permitiu a identificação de unidades mapeáveis, compostas por grupos de refletores cujas suas terminações caracterizam e delimitam uma unidade da outra. Como resultado da análise do intervalo de estudo, foram obtidas 13 unidades sismoestratigráficas, que foram utilizadas para a criação de uma carta cronoestratigráfica. A construção da carta cronoestratigráfica da seção permitiu estabelecer tendências de ciclos transgressivos-regressivos presentes no intervalo, utilizando critérios da estratigrafia de sequências. A seção apresenta duas sequências deposicionais compostas por quatro ciclos, dois em cada sequência. Os tratos de sistema encontrados na seção compreendem dois tratos de sistema de nível baixo (TSNB) e dois tratos de sistema transgressivo (TST). A sequência deposicional 1 inicia com o trato de sistema de nível baixo composto por quatro unidades mapeadas com terminações do tipo downlap predominantes, e termina com uma unidade caracterizada por onlap definindo o trato de sistema transgressivo. A segunda sequência apresenta em sua base um TSNB composto por quatro unidades, sobreposto por quatro unidades com onlap progradantes que marcam o último ciclo de TST. Não foram identificadas unidades relacionadas a tratos de nível alto nem estágio de queda, devido ao posicionamento da área de estudo em uma zona profunda da bacia, registrando apenas tratos de nível baixo e transgressivo. Como resultado, a interpretação da carta cronoestratigráfica gerada permite concluir que, dentro do intervalo estudado, houve duas quedas do nível do mar que estabeleceram diferentes deposições temporais e espaciais. Tal análise tem potencial para melhorar o conhecimento acerca de reservatórios turbidíticos, e consequentemente proporcionar uma melhor eficiência dos campos produtores.

Palavras Chave

Sismoestratigrafia; Cronoestratigrafia; Turbiditos; reservatórios siliciclásticos;

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Priscila Machado Vieira, Juliano Kuchle