51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA POR DIFRAÇÃO DE RAIO X DAS TURFAS DO NORTE DO ESPIRITO SANTO

Texto do resumo

No Brasil, acredita-se haver pelo menos 15.000 km² de turfeiras, com 25 bilhões de toneladas estimadas de turfa, tornando-o o maior local da América do Sul com a substância (CARVALHO, 2015). Entretanto, a turfa nacional é um recurso mineral pouco utilizado no país se comparado a seu volume de ocorrência e diferentes potencialidades como seu uso enquanto adsorvente de baixo custo, nesse âmbito observa-se o maior aproveitamento de outros materiais, tais como fibras de coco, casca de arroz ou ainda a turfa de sphagnum canadense, sendo o último, um material largamente importado pelo mercado brasileiro. Cabendo frisar que o estado do Espírito Santo, de acordo com o anuário mineral do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM 2010), possui a maior reserva inferida de turfa do país e que atualmente, uma vez que a turfa está sendo contabilizada pela Agencia Nacional de Mineração, enquanto carvão, coloca o Espírito Santo como um dos possuidores das maiores reserva de carvão do País. Entretanto, estados como Santa Catarina e São Paulo despontam como maiores exportadores do aludido recurso mineral, fato que podemos associar a um melhor nível de conhecimento baseado em caracterizações tecnológicas e aplicações desse material.Neste estudo, buscou-se efetuar uma caracterização de turfas de ocorrência no norte do Espírito Santo, visando ampliar o conhecimento e potencializar a valorização da mesma. Tendo sido realizados alguns ensaios físicos como teor e umidade, grau de decomposição bem como a difração de raios X para identificação de sua fração mineralógica.No contexto geológico o depósito do material estudado é de origem mesomarinha costeira, associado ao Quaternário em um ambiente paralíco-liminico associado aos cordões arenosos relacionados ao final da Transgressão Flandriana. Em relação à composição botânica, os estudos palinológicos indicaram um paleoambiente com a presença de vegetais típicos de água doce, quente e úmido, bem como fungos e angiospermas característicos de ambientes flúvio lacustrino ou lagunares.Quanto ao grau de humidificação, o material analisado encontra-se na categoria H6 da classificação de Von Post, estando em um estágio intermediário entre Hêmico e Sáprico, estágio que coincidiu com materiais de outras áreas no país que apresentaram êxitos em avaliações para fins semelhantes.O teor de umidade encontrado foi de 50,8%, considerado bastante elevado, o que indicou a necessidade de secagem do mesmo, visando a possibilidade de melhoria de parâmetros importantes para a sorção como a hidrofobicidade e oleofília do material. A curva de difração de raios X nos permite inferir sobre as fases inorgânicas presentes nas amostras analisadas, onde os picos de difração encontrados indicam a ocorrência de quartzo associado ao pico de 0,34 nm. Observamos, também, caulinita (0,74 nm), e diferentes minerais que compõem a fração argila, estando diretamente associados à fase de intermediária a avançada de intemperismo do solo como as esmectita, illita, óxidos de ferro (goethita e hematita) e titânio (anatásio, ilmenita e rutilo).

Palavras Chave

ORGANOSSOLOS; DRX; minerais

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Tatiana Oliveira Costa, Jéssica Arjona, Sinval Santos Marques, Maria Ivaneide Coutinho Correa, Riad Silva, Francisco Rolando Valenzuela-Diaz