51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANISOTROPIA DE SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA (ASM) APLICADA NA DETERMINAÇÃO DO FLUXO MAGMÁTICO DE DIQUES BÁSICOS ASSOCIADOS AO GRUPO SERRA GERAL, NORDESTE DO RS

Texto do resumo

A Província Magmática Paraná-Etendeka (133 Ma) está concentrada, na sua maioria, no Brasil, com uma pequena área na África, sendo a segunda maior província magmática continental do mundo. No Brasil, esta província é conhecida estratigraficamente como Grupo Serra Geral, constituído predominantemente por rochas vulcânicas básicas. Intrusões básicas, como diques e soleiras, são bastante comuns nesta unidade e importantes, porque têm ligação direta com os mecanismos de colocação dos derrames associados à Província Magmática Paraná-Etendeka. A ideia mais difundida para a colocação dos diques é que a intrusão magmática ocorre com maior facilidade em sistemas de fraturas e zonas de fraqueza pré-existentes do que através de novas fraturas. As soleiras, geralmente, intrudem rochas sedimentares sub- horizontais em baixas profundidades. Os corpos intrusivos concordantes sub verticais são mais difíceis de serem observados em campo. Poderiam ter sido, originalmente, intrusões sub-horizontais que se inclinaram por um evento tectônico posterior. A transição dique-soleira pode ser causada pela ascensão do magma por flutuabilidade de locais mais profundos para um nível de flutuabilidade neutra, onde se acumularia, ou pela mudança de orientação do σ3 de vertical em locais mais profundos para horizontal em locais mais rasos. A Anisotropia de Susceptibilidade Magnética (ASM) é um método geofísico bastante útil para determinar a dinâmica do fluxo de derrames e intrusões sub vulcânicas, utilizando-se da orientação preferencial dos minerais magnéticos para determinar a direção do magma em amostras de rocha. O objetivo deste trabalho foi analisar a mineralogia magnética e a ASM de 14 intrusões básicas associadas aos depósitos vulcânicos do Grupo Serra Geral na região nordeste do Rio Grande do Sul. A mineralogia magnética foi analisada por curvas de histerese, termomagnéticas, Isothermal Remanent Magnetization (IRM) e diagramas FORC. Estes corpos são intrusivos nos arenitos da Formação Botucatu com direção preferencial NE-SW, que bordejam a unidade vulcânica. Há também diques e soleiras que cortam os derrames pahoehoes basais, com direções preferenciais NE-SW. Morfologicamente, os diques podem ser separados em simétricos ou assimétricos, tendo as espessuras variando de 0,30 a 8 metros. Os simétricos apresentam uma geometria tabular e bordas retas, enquanto os assimétricos apresentam um padrão anastomosado, com bordas difusas e irregulares e espessuras variáveis dentro de um mesmo corpo. Nas porções de contato dos corpos intrusivos, observa-se uma textura equigranular fina a afanítica, e nas porções centrais a textura predominante é a equigranular fina a média. Os resultados da mineralogia magnética indicam que a susceptibilidade magnética das intrusões é da ordem de 10−2. Esses dados sugerem uma contribuição significativa de minerais ferromagnéticos. As curvas de histerese são características de minerais com baixa coercividade, como a magnetita. A foliação magnética obtida foi NE-SW. A inclinação do eixo magnético K1 indica que o emplacement destas intrusões foi por fluxos
inclinados (30º < K1 < 60º).

Palavras Chave

Emplacement; Paleomagnetismo; Mineralogia magnética; Vulcanismo; Paraná-Etendeka

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Stephanie Lansoni Taborda, Carlos Augusto Sommer, Jairo Francisco Savian, Alana Gabrielli Baioco