51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Análise petrográfica e diagenética na Formação Pimenteira: estudo comparativo em diferentes contextos deposicionais

Texto do resumo

A Formação Pimenteira (Eifeliano-Frasniano), que está inserida no Grupo Canindé, corresponde à maior ingressão marinha na Bacia do Parnaíba. Sua litologia é definida por seções espessas de folhelhos cinza escuro a preto, esverdeados, radioativos, com níveis ricos em estruturas de bioturbação e um elevado teor de matéria orgânica. Registram-se também a intercalação dos folhelhos com siltitos e arenitos. O ambiente deposicional é interpretado como uma plataforma dominada por tempestade. As seções estudadas, Rio Sambito e São Miguel do Tapuio (Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba), são pouco conhecidas quanto à petrografia e diagênese dos seus arenitos. Neste contexto, o presente estudo procura aprofundar o conhecimento petrográfico e busca sequenciar a evolução diagenética a que foram submetidas as rochas presentes nos locais estudados. Foram identificadas litofácies a partir de descrições in loco e levantamento de perfis estratigráficos. Também foram preparadas onze lâminas delgadas a partir de amostras de arenitos, siltitos e folhelhos, com o propósito de realizar uma caracterização petrográfica e de evolução diagenética subsequente. Através da caracterização de fácies sedimentares combinada com informações sobre sistemas deposicionais, foram identificados sete tipos de litofácies diferentes, sendo duas litofácies em São Miguel do Tapuio (arenito muito fino a fino com estratificação plano-paralela e folhelho laminado) e sete no Leito do Rio Sambito (arenito muito fino a fino com estratificação plano-paralela, arenito muito fino a fino com estratificação cruzada Swaley, arenito fino com estratificação cruzada hummocky, arenito muito fino a fino com marca de ondas, calcário maciço, siltitos finos e folhelho laminado). A assembleia de minerais presentes nos arenitos de São Miguel do Tapuio é constituída predominantemente por quartzo, enquanto os arenitos do Rio Sambito são compostos por quartzo, plagioclásio (albita), muscovita, rutilo, turmalina e magnetita. Tanto as rochas de São Miguel do Tapuio, quanto as do Rio Sambito foram afetadas por vários processos diagenéticos, alguns desses processos alteraram a porosidade original dessas rochas. Análises petrográfica e petrológica mostraram que os arenitos das seções de São Miguel do Tapuio e Rio Sambito compreendem quartzarenitos e subarcóseos, com arcabouço composto predominantemente por quartzo monocristalino, feldspatos, raros fragmentos líticos e uma assembleia de minerais acessórios diversificada. Nos arenitos de São Miguel do Tapuio estima-se uma porosidade primária entre 22% e 24%, enquanto a porosidade dos arenitos do Rio Sambito varia entre 3,5% e 6,5%, devido à cimentação e quantidade de argila infiltrada. A composição primária das rochas estudadas, e a porosidade, foram modificadas por processos e constituintes diagenéticos durante os estágios da eodiagênese, mesodiagênee e telodiagênese. Ressalta-se que a petrografia e os processos diagenéticos das duas seções são similares, diferenciando apenas na intensidade de atuação de cada processo e seus respectivos impactos na qualidade dos arenitos Pimenteira enquanto reservatório de gás.

Palavras Chave

Formação Pimenteira; Reservatório; Faceis; Petrografia.

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Emmanuel Franco Neto, Zenilda Viera Batista, Sonia Agostinho, Daniel Sedorko, Edilma de Jesus Andrade, Carlos Alves Moreira Junior, João Vicente Calandrini Azevedo, João Pedro Santana Bezerra, Thamara Welle Rodrigues Barbosa Van, Mario Lima Filho