51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

A IMPORTÂNCIA DO MAPEAMENTO ESTRUTURAL E INVENTÁRIO DE NASCENTES NA REGIÃO DO FLANCO LESTE DO SINCLINAL MOEDA -COMPREENDENDO A COMPARTIMENTAÇÃO AQUÍFERA EM ÁREAS DE MINERAÇÃO.

Texto do resumo

A compreensão hidrogeológica da região do flanco leste do Sinclinal Moeda, Quadrilátero Ferrífero, exigiu a aplicação de técnicas de mapeamento estrutural e inventário de nascentes, integradas a um modelo hidrogeológico conceitual. O objetivo foi avaliar possíveis impactos na dinâmica hídrica a partir de conexões hidrogeológicas da principal unidade aquífera, Formação Cauê, encontrada em regime de rebaixamento, com outras unidades do Supergrupo Minas.A atividade de campo incluiu o mapeamento estrutural com uso de bússola, martelo, mapa regional, caneta magnética, além do cadastro de nascentes feito com multiparâmetro Hanna e medição de vazões. Informações como coordenadas, atitudes de camadas, descrições litológicas, registro fotográfico, etc., foram anotadas em caderneta e registradas também no aplicativo Avenza. O modelo hidrogeológico conceitual analisou dados de monitoramento de nível d’água, fluviométrico e pluviométrico, dados de bombeamento de poços, mapa hipsométrico, dentre outros relevantes do ponto de vista hidrogeológico. Como resultado obteve-se um balanço hidroclimatológico, intervalos de recarga e caracterização hidrogeoquímica das nascentes. Para as definições de fluxo, inicialmente, adotou-se 6 seções verticais desenhadas no Illustrator com base nas interpretações de campo, sendo duas na região norte, duas na região central e duas na região sul. A integração entre níveis d’água por seção indicou anisotropias e heterogeneidades hidrogeológicas na porção oeste (interna do flanco), com evidências de feições cársticas atribuídas à presença da Formação Gandarela e de dobras fechadas alinhadas ao eixo principal da estrutura sinclinal. Na porção leste, observaram-se mergulhos ora para leste (mais ao sul, entre 45º e 66º), ora para oeste (mais ao norte e centro, entre 70º e 88º), ora verticalizados (centro). Interpreta-se essa mudança de atitude nas camadas como consequência de um regime rúptil em que a zona de cisalhamento entre o aquífero Moeda e o aquítardo Nova Lima gera uma componente oblíqua capaz de bascular a camada de quartzito sobre o xisto. Esse comportamento é descrito por Lobato et al. (2005), que cita falhas normais comuns em várias direções, por vezes configurando pares conjugados e a própria falha de Cata Branca, principal da região. A espessura da Formação Batatal, a qual faz contato com a Formação Cauê, diminui notadamente a medida que avança-se em direção ao sul da estrutura, chegando essa unidade a desaparecer localmente, dando lugar a um contato direto entre a Formação Cauê e a Formação Moeda. Essa informação é importante, pois indica que o aquítardo Batatal não necessariamente atua como uma barreira hidrogeológica em relação ao aquífero Cauê, sobretudo em regiões com menor espessura, tornando eventuais impactos de rebaixamento possíveis de ocorrer além dos limites dessa unidade. Por fim, foi elaborado um mapa potenciométrico levando em consideração as condições de contorno conceituais de gradientes hidráulicos, falhas transcorrentes e espessuras litológicas. Conclui-se que as falhas exercem papel importante na compartimentação do sistema hidrogeológico e no fluxo local, e que o aquítardo Batatal deve ser tratado como zona de baixa permeabilidade com potenciais conexões hidrogeológicas ocorrendo em suas porções de menor espessura.

Palavras Chave

Inventário de Nascentes; Mapeamento Estrutural; sinclinal moeda; Modelo hidrogeológico conceitual

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Pedro Henrique Pereira Silva, Mateus Laboissière Mol, Felipe André Ferreira Costa, Pedro Henrique Oliveira Silva Leite, Isabella Brito Andrade, Ana Clara Mariante Ferreira, Caio Augusto Macedo, Leonardo Pereira Machado, Andreia Lais Pereira Resende, Ana Carolina Ferreira Xavier, Rhuan Carlos Vidal Rocha