Dados da Submissão
Título
A INFLUÊNCIA DE INTRUSÕES ÍGNEAS NO PROCESSO DE CARSTIFICAÇÃO DE ARENITOS APLICADOS AO GEOTURISMO DA CAPADÓCIA NORDESTINA, BACIA DO PARNAÍBA
Texto do resumo
O ecoturismo na região acontece há alguns anos, mas ainda com pouca estrutura, e se baseia na beleza cênica dos geossítios. A pesquisa compreendeu num mapeamento geoturístico e geológico para identificação, descrição e interpretação da ambiência tectônica das rochas, do relevo, da hidrografia, da fauna e flora. As rochas horizontalizadas da bacia, são geralmente litotipos areníticos de granulação média a grossa até fina. As feições erosivas compreendem relevos ruiniformes, denominados de pináculos que podem chegar a mais de 100 m de altura, estruturalmente orientados, segundo fraturas e falhas; demoisselles centimétricas; formas de cascos de tartaruga de dimensões métricas; paredões recobertos ou não por crostas ferruginosas; morrotes; alvéolos; arco escavado em rocha (pedras furadas) e variadas formas que se assemelham a figuras vivas e esculturas. Essas formas foram interpretadas como residuais cársticos de processos erosivos físicos e químicos, controlados pela geotectônica presente e pelo clima brasileiro de milhões de anos. Embora se saiba que a dissolução química desempenha papel fundamental sobre os processos formadores do carste, o agente catalisador nesta região ainda não é totalmente esclarecido. A silicificação comum em muitas rochas da região, que poderia justificar uma maior resistência à erosão e consequente presença de pináculos, levantou a possibilidade de que a formação do carste nestes arenitos se encontra ligada ao emplacement de diques e sills gerados a partir do rifteamento do supercontinente Pangeia e abertura do Oceano Atlântico. Sabe-se que a presença de rochas máficas de mesma idade, como basaltos/diabásios ocorrem na região centro e norte da bacia, representados pelas Formações Sardinha e Mosquito. Além do que, em aquíferos, frequentes na região, a presença destas rochas cristalinas influencia o pH da água presente, e criam condições favoráveis à dissolução de sílica. Para dar maior suporte à hipótese, mapeou-se em campo a localização dos litotipos e feições erosivas, seguida da análise petrográfica das diferentes fácies identificadas nas rochas sedimentares e dos diques máficos que intrudem na bacia, além da inclusão de uma etapa de análise geofísica. A presença de numerosas concreções ferruginosas também indica processos de dissolução química, com mudanças no pH e mobilização de óxido de ferro, que resultam na precipitação e nucleação dessas estruturas que podem sustentar as topografias mais altas ou percolar fraturas e falhas pré-existentes que atingem litotipos basais da estratigrafia. Em microescala, a partir da descrição de seções delgadas, foi identificado cimento ferruginoso e silicoso nas rochas siliciclásticas. A existência de cimento ferruginoso reforça a possível influência dos corpos ígneos, assim como é provável resultado do fator de alteração da composição detrítica a partir do avanço do processo de carstificação. Na seção delgada do diabásio, observou-se presença de minerais opacos magnéticos, o que corroboraria a teoria da influência destes corpos ígneos. Os resultados aerogeofísicos de magnetometria de um perfil norte e sul que cobre a área de estudo, mostram a presença de uma anomalia que corroboram a presença de corpos magnéticos associados aos diques e sills de diabásio. Depreende-se que muito provavelmente há uma relação entre os corpos ígneos e as rochas sedimentares da bacia submetidas ao processo de carstificação. Tem-se em andamento estudos para melhor compreensão desta relação.
Palavras Chave
Geoturismo; Carste; Geofísica; Capadócia Nordestina; BACIA DO PARNAÍBA
Área
TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação
Autores/Proponentes
Matheus Melo, Geovanna Dantas, Jefferson Rodrigues, Marcelo Henrique Leão-Santos, Pedro Senhorinho, Gustavo Souza Costa, Anete Maria Oliveira