51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS EM DEPÓSITOS COSTEIROS DA FORMAÇÃO LAJAS NA REGIÃO SUDOESTE DA BACIA DE NEUQUÉN (ARGENTINA) A PARTIR DE MODELOS 3D DE AFLORAMENTOS

Texto do resumo

A Bacia de Neuquén localiza-se no centro-oeste da Argentina, englobando unidades litoestratigráficas de idades mesozoicas que incluem os mais importantes reservatórios de hidrocarbonetos do país. Na zona oeste, espessas sucessões sedimentares são expostas por efeito da tectônica andina. Nas zonas central e leste, menos afetadas pela deformação orogênica, as mesmas sucessões ora aflorantes são produtoras de petróleo e gás. Os afloramentos do setor oeste da Bacia de Neuquén constituem alvos de interesse internacional para estudos de afloramentos análogos a reservatórios de óleo e gás. Em geral, a Formação Lajas do Grupo Cuyo, depositada durante o Jurássico Médio, expõe depósitos formados em ambiente marinho raso, deltaico e fluvial. Na área de estudo, localizada em um trecho do flanco sul da Anticlinal de Picún Leufú, tais depósitos ocorrem em pelo menos um ciclo progradacional completo de baixa frequência, organizado internamente em ciclos assimétricos de média frequência, com espessuras decamétricas muito variáveis em função de irregularidades na paleo-topografia geradas pela movimentação da Dorsal de Huincul. Internamente à Formação Lajas, a discordância intrabajociana – discordância subaérea rastreável por toda a bacia – é materializada ora por uma superfície erosiva que coloca depósitos fluviais sobre depósitos deltaicos, ora por uma superfície de regressão máxima de baixa frequência, caracterizando os maiores contrastes de sucessões de fácies observados na área de estudo. Utilizando a discordância intrabajociana como horizonte guia, o objetivo desse trabalho foi identificar as sequências estratigráficas de média frequência e correlacionar as superfícies de inundação e regressão de média frequência nos modelos 3D de afloramento. Os estratos da Formação Lajas acima da discordância intrabajociana são parcialmente cobertos por sedimentos inconsolidados, dificultando a análise estratigráfica em campo. Nesse cenário, os modelos digitais de afloramentos favoreceram o estudo em escala de baixa e média frequência e a correlação lateral das superfícies. Foram analisados três modelos com resolução de cerca de 2 cm/pixel, gerados a partir de fotografias aéreas captadas com câmera embarcada em veículo aéreo pilotado remotamente. Foram individualizados padrões de empilhamento transgressivo–regressivos a partir da individualização de fotofácies, seguindo critérios de cor, textura das imagens, geometria externa de corpos sedimentares e, quando possível, estruturas sedimentares. Foram identificados 6 ciclos progradacionais assimétricos de média frequência, com espessuras variando entre 30 e 60 m e 3 ciclos assimétricos com espessuras entre 20 e 70 m, predominantemente progradacionais. A amalgamação de corpos arenosos de base erosiva é evidente em alguns setores, indicando provável estágio de queda do nível de base na bacia. A ausência de padrões de empilhamento retrogradacionais bem desenvolvidos deriva da natureza progradacional inerente de deltas. A influência de soerguimento tectônico sin-sedimentar sobre tal comportamento, no entanto, é um aspecto a ser estudado. Nas próximas etapas do trabalho, os volumes de rochas análogas a reservatórios e não-reservatórios serão avaliados por meio da construção de volumes geocelulares.

Palavras Chave

Padrões de empilhamento; Fotofácies; Afloramentos análogos de reservatório de hidrocarbonetos.

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Alisson Souza Santos, Ezequiel Galvão Souza, Felipe Guadagnin, Miguel Moraes Lima Silveira, Luiz Felipe Ribeiro Oliveira, Eduardo Roemers-Oliveira, Guilherme Pederneiras Raja-Gabaglia, Carlos Arregui