Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DA MINERALIZAÇÃO DO DEPÓSITO AQUIRI (AQW), PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS
Texto do resumo
A Província Mineral de Carajás (PMC) está situada na porção central do Cratón Amazônico e compreende uma série de depósitos minerais de classe mundial de ferro, cobre do tipo IOCG (Iron-Oxide-Copper-Gold), manganês e níquel sulfetado, assim como depósitos relevantes de níquel do tipo IONC (Iron-Oxide-Nickel-Copper), Skarns de Cu, Intrusion-Related do tipo Cu-Au e polimetálicos e do tipo VMS (Volcanic Massive Sulphide), que são formados no intervalo que compreende desde o período Mesoarqueano até o período Paleoproterozóico. Na porção oeste-noroeste da PMC, no hub de depósitos do Setor Aquiri (AQW), os depósitos do tipo IOCG são hospedados em rochas vulcano-sedimentares do Grupo Aquiri (2,76 – 2,73 Ga) e corpos gabróicos correlatos, cujo evento mineralizante situa-se entre 2,6 – 2,5 Ga. O objetivo do trabalho consiste na caracterização de minerais que compõem a rocha hospedeira da mineralizaçao e da alteração hidrotermal, com foco na caracterização das microestruturas pertencentes a trama da rocha, seleção de minerais para datação in-situ, afim da determinação da intensidade da deformação através dos diferentes mecanismos de recristalização do quartzo. Através de amostras oriundas do furo de sondagem DH-12 do depósito do AQW foram confeccionadas 7 lâminas petrográficas. Estas foram descritas em microscópio de luz transmitida e refletida com o auxílio de imagens composicionais obtidas através do QEMSCAN na Universidade de Brasília. Os resultados da caracterização petrográfica foram: i) A rocha hospedeira/protólito é composta por: Biotita, Granada I, Grunerita I, Quartzo, Apatita I e Muscovita; ii) A alteração hidrotermal Ca-Fe composta: Grunerita II, Cummingtonita, Granada II e III, Apatita II, Clorita e Magnetita-Hematita; iii) A fase de mineralização é composta por: Calcopirita, Bornita, Hematita-Magnetita e Apatita III que ocorrem de 3 diferentes formas (inclusões na granada, sombra de pressão de granadas tectônicas e cimentando períodos de brechação). Com relação as microestruturas são descritos: i) Pares cisalhamentos (pares S-C) marcados principalmente por grunerita e biotita; ii) Kink-bands em biotitas; iii) Bandas pontuais de cisalhamento; iv) Indicadores cinemáticos sinistrias e dextrais marcados pelas Biotita, Grunerita, Apatita e Cummingtonita; V) Mecanismos de recristalização do Quartzo por Sub-Grain Rotation (SGR). Desta forma, pode-se concluir que a rocha hospedeira da mineralização tem origem metassedimentar evidenciada principalmente por minerais silicáticos de composição ferromagnesianos e que os eventos deformacionais-hidrotermais são praticamente concomitantes, na qual, apresentam intercalação de de períodos da mineralização em regime tanto dúctil quanto rúptil. As condições de recristalização do quartzo, através dos mecanismos de SGR, indicam deformação na faixa de 400°C-550°C. Ademais, pode-se concluir que há diferentes gerações de minerais, a exemplo da granada, em períodos pré-tectônico, tectônico, hidrotermal e pós-tectônico.
Palavras Chave
Petrografia; Microestrutural; deformação; mineralização; hidrotermalismo
Área
TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral
Autores/Proponentes
Jean Carlo Henzel Taglieber, Leandro Duarte Campos, Noevaldo Araújo Teixeira