51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Campos verdes Emerald Central Brazil: Contributions to petrography, mineral chemical and fluid studies

Texto do resumo

A ocorrência de esmeraldas no Brasil Central é relatada desde o início do século XX. No entanto, após a descoberta do depósito de esmeraldas de Montes Verdes (primeiramente chamado de Santa Teresinha) por prospectores no início da década de 1980 (Cassesanne & Sauer 1984; Souza et al. 1987), a produção de gemas aumentou significativamente naquela região. Atualmente, pequenas empresas de mineração, por meio de vários poços verticais com cerca de 300 m de profundidade, exploraram o depósito de esmeraldas de Campos Verdes. Neste local, cristais de esmeralda ocorrem embutidos em uma sequência de rochas supracrustais polideformadas, frequentemente próximos às zonas de contato entre lentes de xistos de talco/biotita/carbonato e corpos de albititos, relacionados à Orogenia Brasileira neoproterozoica (Biondi 1990; Giuliani et al. 1990; Ribeiro-Althoff et al. 1997; Silva & Barros Neto 2002; CPRM 2007). Os cristais de esmeraldas de Campos Verdes, frequentemente, têm prismas curtos com zonação de cor irregular e concêntrica (de verde azulado claro a verde escuro), bem como poucas a moderadas fraturas, reflexões internas e inclusões fluidas predominantemente aquosas. Ainda apresentam índice de refração o = 1,590 - 1,600, e = 1,575 - 1,588, birrefringência = 0,005 - 0,012 e densidade = 2,70 - 2,75 g/cm3., além de um número significativo de inclusões sólidas (Cassesanne & Sauer 1984; Mendes & Svisero 1988; Duarte et al. 2003). Eles têm alto teor de Fe, Mg, Cr, V, Ni, Zn, Sc, Mn, metais alcalinos (Na > K >> Cs > Li), e baixo conteúdo de elementos terras raras e elementos de transição de alta compatibilidade (Lariucci 1988; Pulz et al. 1998a e 1998b). As inclusões fluidas são essencialmente aquosas, mas com alguma contribuição da fase aquosa-carbônica, e exibem valores de δ18O e δD indicativos de uma origem de berilo a partir de fluido magmático, mas as águas metamórficas e meteóricas não são excluídas (Fallick & Barros 1987; Pulz et al. 1998a e 1998b). De acordo com as análises realizadas no microscópio eletrônico de varredura (MEV), os cristais de esmeralda possuem cromofos ricos em Cr e V que definem a variação de tonalidade e cor dos cristais. A técnica de imagem por microtomografia de raios-X também revelou variação significativa na densidade dentro dos cristais de esmeralda relacionada a inclusões minerais metálicas. Identificamos as seguintes espécies minerais em aglomerados: biotita, cromita, ilmenita e pirita. Também foi possível caracterizar o enriquecimento do zoneamento e do preenchimento de fraturas ricas em inclusões sólidas de biotita, cromita, ilmenita e pirita. Embora os cristais de esmeralda possuam inclusões sólidas abundantes, eles parecem ser relativamente pobres em inclusões fluidas, identificamos um sistema fluido essencialmente aquoso (H2O + sais), formado por inclusões fluidas primárias, pseudo-secundárias e secundárias, que podem ter composição monofásica, bifásica e trifásica à temperatura ambiente. Os dados preliminares atuais, indicam que, devido as relações obtidas na etapa de petrografia, dados de micro tomografia e de MEV, pode-se identificar e associar inclusões fluídas e sólidas, além de seus cromoficos presentes nas esmeraldas de Campos Verdes. Através das inclusões fluidas foi possível a caracterização de fluídos de origem primária e tardio em sistemas aquosos e aquocarbônico que podem indicar a mesma fonte de fluído.

Palavras Chave

Campos verdes; Química Mineral; inclusões; Esmeraldas;

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Cátia Lorrany Souza Sampaio , Valmir Silva Souza , Ingrid de Souza Hoyer