Dados da Submissão
Título
Arquitetura deposicional de lobos de espraiamento distal: Estudo de caso do Membro Morro Pelado, Formação Rio do Rasto, Permiano Superior da Bacia do Paraná
Texto do resumo
Os últimos ciclos deposicionais relativos ao Permiano da Bacia do Paraná em Santa Catarina são registrados pelo Membro Morro Pelado, unidade superior da Formação Rio do Rasto, na Bacia do Paraná. O levantamento sedimentológico em detalhe destes depósitos permite compreender a evolução paleoambiental e a magnitude das mudanças climáticas recorrentes no final do Permiano, como também é registrado em outras bacias (e.g., Formação Talampaya, na Argentina; Formações Guodikeng e Jiucaiyuan, na China). O Membro Morro Pelado apresenta um complexo empilhamento vertical de fácies. Esta unidade registra interações flúvio-eólicas, com depósitos de dunas e lençóis de areia eólicos associados a canais fluviais efêmeros, lobos de espraiamento, pequenos lagos e deltas. Para este intervalo, um levantamento sedimentológico de alta-resolução foi realizado em um amplo afloramento na BR-470 próximo aos municípios de Otacílio Costa e Ponte Alta, região centro-leste de Santa Catarina. Uma seção colunar de 33m foi levantada em escala 1:50, junto ao levantamento de imagens por um veículo aéreo não tripulado (VANT), e aquisição de dados de paleocorrentes. Foram caracterizadas 12 litofácies sedimentares que perfazem quatro elementos arquiteturais, os quais incluem lençóis de areia eólicos, lobos de espraiamento terminais, barras de acresção lateral, e formas de leito arenosas agradacionais. A partir da análise da sucessão vertical de fácies constatou-se um ciclo de progradação de um lobo terminal, semelhante aos “complex terminal splays” observados na margem oeste do Lago Eyre, no centro da Austrália (e.g., Neales e Douglas Creek Complex Terminal Splays). Por conta de variações na descarga fluvial, avulsão dos canais, evaporação e mudanças no nível de base em zonas distais, o empilhamento vertical de fácies pode exibir associações de fácies distintas em escala métrica, como é verificado em depósitos do Quaternário do Lago Eyre. Desta forma, a complexidade arquitetural destes depósitos deve-se ao fato da deposição estar associada a um contexto mais distal, como por exemplo, zonas distais de sistemas fluviais distributivos. O presente trabalho conta com uma reconstrução paleoambiental que caracteriza a distribuição dos depósitos sedimentares nestas zonas distais, caracterizados por apresentar um arcabouço estratigráfico altamente complexo.
Palavras Chave
Sistemas Fluviais Distributivos; Sistemas Eólicos; climatologia; Formação Rio do Rasto
Área
TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia
Autores/Proponentes
Lorenza Augusta Belitzki Ferrari, Manoela Bettarel Bállico, Monica Oliveira Manna, Jean Carvalho Toledo