Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS CARREADORES DE Mn, Ni, Cu E Li EM ROCHAS MANGANESÍFERAS DO CINTURÃO MINEIRO
Texto do resumo
Elementos críticos como Mn, Li, Ni, Co e Cu são estratégicos para uma matriz energética sustentável. A região sudeste de Minas Gerais, se destaca devido a presença de rochas manganesíferas, que podem conter esses elementos como subprodutos. Essas ocorrências são associadas a sequência metavulcanossedimentar Rio das Mortes, representada na sua base por rochas metaultramáficas, que estão sotopostas por rochas metamáficas. No topo desse conjunto metaígneo aflora uma unidade metassedimentar representada principalmente por filitos, escassos quartzitos, e rochas manganesíferas. O objetivo deste trabalho é caracterização mineralógica (por DRX e MEV-EDS) e analisar (por FRX) cinco amostras de rochas manganesíferas de minas e garimpos abandonados entre Ibituruna e Nazareno. Foram observados dois padrões texturais:(i) textura granular com cristais subédricos de granada em uma matriz de quartzo e minerais de alteração, como óxi-hidróxidos de Mn e Fe;(ii) Bandada com níveis granadíferos intercalados com níveis ricos em óxi-hidróxidos de Fe e Mn. Feições como fraturas são preenchidas por criptomelana, pirolusita e litoforita. Caulinita e goethita, produtos de alteração da granada, apresentam como “halos” nas bordas desse último. Na amostra 25, esse halo é formado por caulinita, nesta amostra 23.9 wt%, às vezes é formado por litioforita, um oxi-hidróxido de Li e Mn, na amostra ocorre 6.7 wt%. As rochas apresentaram teor de MnO entre 20% e 38%. As amostra 14, 25, e 8 apresentaram mineralogia maior composta por espessartita, goethita, caulinita, quartzo, sendo que a 25 contêm litioforita. A amostra 26 apresenta mineralogia maior composta por espessartita (66.1 wt%), quartzo (30.1 wt%). O MEV permitiu identificar minerais acessórios de Ni e Cu, pentlandita, niquelita e calcopirita, que aparecem como inclusões nas granadas. Essas amostras acima têm textura granular, com cristais subédricos de granada em uma matriz formada por quartzo e minerais de alteração, como óxi-hidróxidos de Mn e Fe. As fraturas são preenchidas por estes óxi-hidróxidos, e ocasionalmente quartzo. Elas apresentam diferentes graus de intemperismo, caracterizada pelos minerais supergênicos caulinita, goethita, litioforita, psilomelano, pirolusita, criptomelano. A amostra 15 em particular apresentou rodonita (52.8wt%), espessartita (25.42wt%), anfibólio (18.75wt%) e quartzo (3.03wt%). Esta amostra se diferenciou das outras três, que apresentaram mais espessartita (40-69wt%). Ela se destaca pelo baixo teor de Al₂O₃ (3.13%), enquanto outras amostras variam de 9% a 16%, o que sugere que a formação de minerais metamórficos manganesíferos depende da composição inicial da rocha. Nesta amostra com 0.16% de As₂O₃, foram identificados os minerais gersdorffita, annabergita e niquelita em uma matriz de rodonita. Ela tem textura maciça com matriz de rodonita, além de anfibólio e cristais de espessartita dispersos. Em outra área, possui matriz de óxi-hidróxidos de Mn e Fe, com cristais de espessartita e Mn-anfibólio localmente presentes. Assim, a mineralogia dos minerais de Mn predominante são espessartita e rodonita, e secundariamente na pirolusita, criptomelano, psilomelano, bixbita, anfibólio e litioforita. Os minerais de Ni e Cu são encontrados restritos nas inclusões de granada ou rodonita, como calcopirita, niquelita e pentlandita. Além disso, a litioforita, identificada por DRX, pode conter Li; o Co foi detectado como subproduto de minerais como gersdorffita, asbolana e pentlandita.
Palavras Chave
Manganês; elementos críticos; Caracterização Mineralógica; Cinturão Mineiro.
Área
TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais
Autores/Proponentes
Danyel Pereira Avellar Cunha, Ciro Alexandre Ávila, Matheus Lamas Machado, Ruan Pereira Moraes Figueiredo, Mariana Barcellos Silva, Reiner Neumann