51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

A INFLUÊNCIA DA CICLICIDADE NA SEDIMENTAÇÃO MISTA CARBONATO-EVAPORÍTICA-SILICICLÁSTICA NA FORMAÇÃO NOVA OLINDA, PENSILVANIANO DA BACIA DO AMAZONAS

Texto do resumo

O Pensilvaniano na Bacia do Amazonas é caracterizado por uma forte influência da ciclicidade no controle das variações eustáticas , o que se reflete na sedimentação Carbonato-Evaporítica-Siliciclástica. Essa influência é a principal causa da alta variabilidade de fácies, identificada tanto em escala de reservatório, em alta frequência estratigráfica, quanto em baixa frequência, através do mapeamento de sequências e superfícies limítrofes. Dois importantes mecanismos contribuíram para o controle da ciclicidade na bacia, o final de um período glacial, que controlava o clima e a eustasia em escala global, e os ciclos de Milankovitch, resultado de variações orbitais da Terra ao redor do Sol. Essas variações afetaram os padrões climáticos e, consequentemente, os processos sedimentares, influenciando a espessura, composição e sucessão das sequências sedimentares. A Fm. Nova Olinda é caracterizada por um sistema do tipo ilha barreira fortemente influenciado por macromarés, sendo reconhecidas cinco principais associações de fácies: Folhelhos de supramaré/lagunas, canais e barras de inframaré, arenitos de shoreface superior/foreshore, carbonatos e evaporitos de sabkha e folhelhos de shoreface inferior. Em termos de qualidade de reservatório, os arenitos de foreshore apresentam melhores características permoporosas, com porosidades e permeabilidade em torno de 22% e 600 mD, respectivamente, enquanto os arenitos retrabalhados por maré possuem, em média, 15% e 50 mD. Com o objetivo de aprimorar a hierarquização estratigráfica e compreender de forma mais abrangente os controles eustáticos na sedimentação, identificaram-se seis sequências principais: NOL 0, 100, 200, 300, 400 e 500. Essa classificação foi realizada por meio da integração de diversos dados, tais como correlações de poços, análises de perfis elétricos, testemunhos e lâminas delgadas. Nesse contexto, as Superfícies Transgressivas e as Superfícies de Inundação Máxima desempenharam um papel crucial como marcadores estratigráficos regionais. A escolha desses marcadores baseou-se em sua capacidade de representar a maior extensão horizontal dos eventos estratigráficos, revelando-se fundamentais para a identificação de sequências deposicionais em diversos ambientes sedimentares. As sequências basais, do NOL 500 ao NOL 300 marcam períodos mais úmidos, evidenciados pelo predomínio de sedimentos clásticos com arenitos costeiros e folhelhos de shoreface inferior, já as sequências superiores são caracterizadas por condições progressivamente mais áridas na bacia, com a deposição de espessos pacotes de halita e, em porções ainda mais restritas, sais mais solúveis como silvinita. A identificação das principais sequências sedimentares bem como o entendimento do controle eustático na alta frequência auxilia tanto no entendimento da geometria dos reservatórios, como na predição de fácies e construção de modelos robustos que contribuam para a diminuição do risco exploratório.

Palavras Chave

Ciclicidade; Pensilvaniano; Fm Nova Olinda; Bacia do Amazonas.

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Manuella Yebra, José Roberto Barboza Correa, Alexandre Franco Vilela, Caio Diego Faustino Soares, Fernando Bastos Aragão, Lilian Souza Silveira, Vitoria Gomes Pereira Flores, Luis Miguel Rojas, Felipe Correa Santos, Nilo Chagas Azambuja Filho, Vinicius Veríssimo Nóbrega Oliveira, Frederico Silveira Miranda