51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE PETROGRÁFICA DE ROCHAS RESERVATÓRIOS DA FORMAÇÃO JAICÓS, SILURO-DEVONIANO DA BACIA DO PARNAÍBA, BRASIL

Texto do resumo

A caracterização petrográfica de rochas reservatórios compreende uma etapa de suma importância na exploração de campos de petróleo e aquíferos. Isso se deve ao fato de que o arcabouço de uma rocha sedimentar pode apresentar arranjos variados em sua fábrica, sendo impactada não apenas pelos processos deposicionais, mas também por fatores diagenéticos posteriores. A Formação Jaicós, Siluro-Devoniano da Bacia do Parnaíba, NE Brasil, é constituída por arenitos e conglomerados depositados por canais fluviais entrelaçados. Estas rochas carecem de uma análise petrográfica de detalhe, capaz de avaliar o potencial das rochas reservatórios. Diante dessa carência, o presente trabalho se propõe a caracterizar aspectos petrográficos de arenitos e conglomerados da Formação Jaicós. As amostras descritas e interpretadas foram coletadas na cidade de Massapê do Piauí, estado do Piauí, borda leste da Bacia do Parnaíba. Seis lâminas delgadas foram confeccionadas e impregnadas com resina epoxy azul para a análise qualitativa e quantitativa das rochas. A análise qualitativa contou com a descrição petrográfica por meio de microscopia convencional para determinação da textura (granulometria, arredondamento e seleção dos grãos), composição mineralógica, porosidade (primária e secundária), grau de empacotamento e classificação. A análise quantitativa foi elaborada a partir da contagem modal de 300 pontos de cada uma das seis lâminas. Esse processo foi realizado com o auxílio do software Petroledge ®. Os valores encontrados foram normalizados para porcentagens de quartzo-feldspato-líticos (QFL) e plotados no diagrama triangular de classificação de rochas segundo Folk (1980). As rochas analisadas apresentam laminações incipientes quando vistas em amostra de mão, e estrutura maciça na análise microscópica. Com relação a composição, as rochas são compostas predominantemente por quartzo monocristalino, com quartzo policristalino subordinado, feldspato dissolvido ou alterado, muscovita como mineral acessório, minerais pesados isolados, além de alguns fragmentos líticos. Quanto aos estágios diagenéticos foi possível observar os processos eodiagenéticos, considerando um elevado volume de argilas infiltradas e autigênicas, além dos processos mesodiagenéticos com a compactação mecânica (micas retorcidas e grãos fraturados) e química (contatos côncavo-convexos predominantes e suturados). Além da formação de cimento de óxido-hidróxido de ferro recobrindo os grãos associado a processos telodiagenéticos. As amostras de rocha da Formação Jaicós foram classificadas como quartzoarenitos, e apresentam porosidade primária reduzida drasticamente pela compactação mecânica e pela cimentação diagenética. Em contrapartida, porosidade secundária foi observada, estando associada ao fraturamento mecânico dos grãos de quartzo e pela dissolução dos grãos de feldspatos geralmente preenchidas com argila infiltrada; evidenciando, portanto, a redução drástica nas propriedades permoporosas do reservatório. Desta forma, com base nos atributos petrográficos definidos, os arenitos da Formação Jaicós não se mostram boas rochas reservatórios.

Palavras Chave

Petrografia; Formação Jaicós; BACIA DO PARNAÍBA; Siluro-Devoniano.

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Mariah Metzner, Allan Ataide Ribeiro Santos, Monica Oliveira Manna, Manoela Bettarel Bállico