51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE TECTONO-ESTRATIGRÁFICA DAS SEQUÊNCIAS QUE MARCAM A PASSAGEM RIFTE-DRIFTE NA BACIA DE BARREIRINHAS, MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA, COM BASE EM POÇOS DA REGIÃO DE LINHA DE COSTA

Texto do resumo

A Bacia de Barreirinhas situa-se na porção central da Margem Equatorial Brasileira, cobrindo parte da costa do Estado do Maranhão, e tem sua origem ligada ao processo de rifteamento e fragmentação do Supercontinente Gondwana. O objetivo principal desta pesquisa é realizar uma investigação da seção albo-turoniana da Bacia de Barreirinhas, que registra a passagem das supersequências Rifte e Drifte, com base em dados de quatro poços exploratórios, localizados na atual linha de costa. Neste enfoque, os objetivos específicos constituem a análise e caracterização da sequência mais jovem do Estágio Rifte, denominada Rifte 3, e das sequências mais antigas do Estágio Drifte, referidas como Drifte 1 e Drifte 2. Os dados de poços compreendem o arquivo geral, a pasta e o perfil composto, que abriga o perfil litológico e os perfis geofísicos. Os perfis compostos foram analisados e neles foram posicionados os topos das unidades litoestratigráficas, e as principais discordâncias reconhecidas no intervalo estudado. A Sequência Rifte 3, de idade eo-mesoalbiana, é composta por litofácies siliciclásticas, representadas por arenitos e folhelhos que, segundo a literatura, foram depositadas em um contexto plataformal marinho, em uma bacia do tipo rifte, sob regime transtensional. Esta sequência pôde ser subdividida em duas sequências de mais alta frequência, denominadas de Rifte 3A, equivalente às formações Bom Gosto e Arpoador, e Rifte 3B, que abrange as formações Bonfim e Preguiças, Tutóia e Barro Duro. Estas sequências internas encontram-se limitadas pela Discordância do Albiano inferior, posicionada nos poços com base nos dados cronoestratigráficos disponíveis, coincidindo, na maioria das vezes, com o topo da Formação Bom Gosto. A transição da Supersequência Rifte para a Supersequência Drifte, representada pela Discordância do Break-up, é bastante evidenciada nos poços pela passagem marcante de um intervalo com litofácies areníticas e pelíticas para outro onde ocorrem litofácies carbonáticas e pelíticas; nos perfis de raio gama, a mesma é caracterizada por uma quebra expressiva. As sequências Drifte 1, de idade neoalbiana- mesocenomaniana, e Drifte 2, de idade neocenomaniana-turoniana, se desenvolveram em um contexto marinho transgressivo. As mesmas são compostas por calcilutitos, calcarenitos e folhelhos, com alguns níveis areníticos subordinados. Separando estas duas sequências, tem-se a Discordância do Cenomaniano, posicionada nos poços estudados com base na cronoestratigrafia, uma vez que ambas as sequências, em termos litofaciológicos, são bastante semelhantes. Encerrando o intervalo estudado, encontra-se a Discordância do Turoniano, superfície bastante expressiva, que equivale, em grande parte, à passagem entre os grupos Caju e Humberto de Campos. Conclui-se, portanto, que a transição rifte-drifte na porção investigada da Bacia de Barreirinhas, traduzida pela Discordância do Break-up, é bastante expressiva e marcada pela transição de um contexto siliciclástico plataformal marinho raso, com regime tectônico rifte transtensional, para uma plataforma mista, carbonática-siliciclástica, em contexto de bacia de margem passiva, marinha transgressiva, porém ainda submetida aos esforços transpressivos e transtensivos.

Palavras Chave

Estratigrafia de Sequências; Transição rifte-drifte; Bacia de Barreirinhas; Margem Equatorial

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Paloma Russely Dantas Simão Freitas, Valéria Centurión Córdoba, Débora Carmo Sousa, Bárbara Ferreira Rabozo, Alessandra Suzely Moda Cacela, Maria Rosilene Ferreira Menezes , Julice Ferreira Santos