Dados da Submissão
Título
ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DO CRETÁCEO SUPERIOR COM BASE EM POÇOS SITUADOS A OFFSHORE NA PORÇÃO PLATAFORMAL OESTE DA BACIA DE BARREIRINHAS, MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA.
Texto do resumo
A Bacia de Barreirinhas, classificada como uma bacia meso-cenozoica de margem transformante, situa-se na Margem Equatorial Brasileira (MEB), e apresenta uma área de, aproximadamente, 46.000 km². A sua origem e evolução estão atreladas à separação dos continentes americano e africano e à consequente instalação do Oceano Atlântico durante o Cretáceo. Em virtude de sua história tectônica e sedimentar, esta bacia é considerada um exemplo clássico de uma bacia transtensional rômbica. O presente trabalho tem como objetivo principal realizar uma análise estratigráfica do Cretáceo Superior em poços localizados a offshore na porção plataformal oeste da Bacia de Barreirinhas, seção esta que corresponde, litoestratigraficamente, às formações Periá, Bonfim e Preguiças do Grupo Caju, e às formações Travosas, Areirinhas e Ilha de Santana do Grupo Humberto de Campos. Como objetivos específicos, este estudo visa à subdivisão do Cretáceo Superior em unidades da estratigrafia de sequências, bem como a identificação de superfícies cronoestratigráficas significativas, no intuito de contribuir para o entendimento da evolução tectonossedimentar da Margem Equatorial Brasileira. Para isso, fez-se necessária a integração, e posterior interpretação, dos dados litológicos, de topos de unidades lito, bio e cronoestratigráficas, bem como de perfis geofísicos, sobretudo os perfis de raio gama, de dois poços bastante representativos que amostraram toda a seção de interesse. Tal método de investigação, com base nas premissas da estratigrafia de sequências, resultou na caracterização das litofácies, interpretação dos sistemas deposicionais e a compartimentação da sucessão estratigráfica estudada (Neoalbiano ao Paleoceno) em cinco sequências de baixa frequência (ou de 2 a ordem), separadas por discordâncias regionais, denominadas, da mais antiga para a mais nova, de discordâncias do Break-up, do Cenomaniano, do Turoniano, do Campaniano Médio, do Maastrichtiano e do Paleoceno. Internamente, cada uma das cinco sequências de baixa frequência pôde ser subdividida em sequências de mais alta frequência, limitadas por discordâncias internas; outras superfícies de caráter cronoestratigráfico, como as de regressão máxima e de inundação máxima, também puderam ser reconhecidas e posicionadas. Ao final, foram destacadas e caracterizadas as potenciais rochas geradoras e as reservatórios, e indicados nos poços os intervalos mais promissores economicamente. Conclui-se, assim, que o modelo estratigráfico proposto neste estudo vem a contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a história evolutiva da seção estudada, bem como sobre o entendimento acerca das prováveis acumulações de hidrocarbonetos existentes na Bacia de Barreirinhas no contexto da evolução das bacias da Margem Equatorial Brasileira.
Palavras Chave
Bacia de Barreirinhas; Cretáceo Superior; Estratigrafia de Sequência.
Área
TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia
Autores/Proponentes
Maria Luiza de Souza Nobre Soares, Valéria Centurion Córdoba, Débora do Carmo Sousa, Alessandra Suzely Moda Cacela, Maria Rosilene Ferreira Menezes, Julice Ferreira Santos