Dados da Submissão

Título

CARACTERIZAÇÃO ÓPTICA, FÍSICA, QUIMICA E TÉRMICA DE TANZANITA

Texto do resumo

O tratamento térmico de gemas é uma pratica essencial e amplamente empregada na industria joalheira. O aprimoramento da cor aumenta significativamente seu valor, e em gemas que originalmente seriam consideradas de qualidade inferior, poderia, após este procedimento, alcançar preços elevados. As gemas tratadas possuem cores vibrantes e alta transparência, além de que o resultado obtido através deste procedimento raramente reverte ao estado original, o que lhe confere durabilidade e a constância da estética da gema. O tratamento térmico envolve o aquecimento controlado das gemas a temperaturas elevadas em condições redutoras ou oxidantes, envolvendo interações complexas entre os elementos presentes nas gemas. É comum o tratamento térmico nas seguintes gemas: safira, rubi, esmeralda, topázio, tanzanita e zircão. No zircão, por exemplo, temos os efeitos: intensificação de tons existentes, alteração da cor de castanho para azul, redução de impurezas, estabilidade de cor, tornando-o menos suscetível ao desbotamento ou alteração de cor ao longo do tempo. O objetivo principal deste procedimento na tanzanita é alterar o estado de valência dos elementos de transição presentes na gema, como o vanádio e, em alguns casos titânio. Especificamente, o tratamento térmico promove a mudança de V3+ para V4+, o que resulta na intensificação da cor azul-violeta característica da tanzanita. Esta alteração no estado de oxidação modifica a absorção da luz pela gema, melhorando sua cor e transparência. O tratamento é realizado a temperaturas controladas em fornos de alta temperatura e com controle preciso da temperatura e exposição ao calor. Para a tanzanita as temperaturas variam de 500ºC a 600ºC, e após o aquecimento a tanzanita é resfriada de forma lenta e gradual. Várias técnicas analíticas podem ser usadas na sua caracterização. A espectrofotometria UV-VIS é empregada para analisar as propriedades de absorção das gemas antes e após tratamento, permitindo a observação de mudanças nas bandas de absorção e nas cores das gemas. A espectrofotometria, ao medir a absorção ou transmissão de luz em função do comprimento de onda, revela alterações induzidas pelo tratamento térmico, contribuindo significativamente para a caracterização das gemas e a interpretação dos resultados experimentais. A espectroscopia Raman também é empregada como técnica analítica essencial nas gemas submetidas a tratamento térmico, pois oferece informações detalhadas sobre a estrutura molecular e cristalina, o que permite identificar diferentes fases, impurezas e mudanças induzidas pelo tratamento, podendo detectar alterações nas vibrações moleculares e possíveis defeitos estruturais e informações críticas, para entender seus efeitos nas propriedades físicas e químicas das gemas, aprimorando o conhecimento sobre seu comportamento a altas temperaturas. Assim, os resultados obtidos com o tratamento térmico desempenha um papel importante na indústria de gemas, permitindo a melhoria estética e a valorização das gemas por meio de processos físicos e químicos controlados que otimizam suas propriedades visuais e estruturais. Esta pratica é aceita e amplamente utilizada na indústria de gemas, e a divulgação adequada do tratamento térmico é essencial para garantir a confiança dos consumidores e a integridade do mercado de gemas.

Palavras Chave

epidoto; Tratamento Térmico; gemologia; Espectrofotometria; Espectroscopia Raman