51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESCALAS DE INTERAÇÃO FLUVIO-EÓLICA NA FORMAÇÃO TOMBADOR (MESOPROTEROZOICO), CHAPADA DIAMANTINA - BA: IMPLICAÇÕES NA HETEROGENEIDADE DE RESERVATÓRIOS

Texto do resumo

As interações entre sistemas fluviais e eólicos são recorrentes no registro sedimentar, podendo apresentar grande complexidade arquitetural. Sistemas fluviais e eólicos podem ser contemporâneos, acarretando interações provocadas por processos autogênicos (internos à bacia sedimentar), ou não contemporâneos, através de processos alogênicos (externos à bacia). Dada a complexidade arquitetural, os depósitos fluvio-eólicos podem refletir diferentes estilos de interação, apresentando, consequentemente, altas taxas de variabilidade das suas propriedades petrofísicas. Essas variações podem gerar heterogeneidades em diferentes escalas, que afetam a distribuição lateral e vertical dos corpos reservatórios, resultando em barreiras de fluxo que afetam o percurso de fluidos no corpo rochoso.O projeto busca aplicar a estratigrafia de sequências em um afloramento chave de idade mesoproterozoica da Formação Tombador, localizado no cráton São Francisco, no domínio norte da Chapada Diamantina. O objetivo é estabelecer parâmetros que permitam determinar e diferenciar ciclos vinculados com a dinâmica interna do sistema deposicional decorrentes de processos autogênicos, daqueles de maior escala (alogênicos). A fim de caracterizar o arcabouço estratigráfico e reconstruir a arquitetura de fácies, foi realizado um imageamento por drone RTK para a construção de um modelo virtual de afloramento e um levantamento estratigráfico detalhado na escala de 1:50. A partir deste levantamento, as imagens foram ortorretificadas para construção de um extenso painel que permitiu a interpretação arquitetural do afloramento. No total, foram levantados 31 metros de seção colunar, e duas amostras foram coletadas para avaliação petrográfica.Foram reconhecidas seis litofácies para o intervalo analisado, sendo estas agrupadas em três associações de fácies: (i) dunas eólicas, (ii) lençóis eólicos e (iii) inundação em lençol. A partir da interpretação dos painéis, foi possível observar grandes ciclos de drying-upward limitados por superfícies bem marcadas ao longo de todo o afloramento. Em seção, foram reconhecidas interações de escala centimétrica (20 a 30 cm), associadas à alternância entre fácies de ripples subaquosas e ripples eólicas, em resposta aos processos autocíclicos. As interações de maior escala consistem em sete ciclos de, em média, 3,85 metros, marcados pela predominância da associação de fácies de inundações em lençóis na base, passando para lençóis de areia eólicos e culminando com dunas eólicas no topo. A análise de lâminas petrográficas aliadas à arquitetura deposicional possibilitará a elaboração de um modelo que permita a caracterização qualitativa das meso e macro heterogeneidades do reservatório análogo.

Palavras Chave

Formação Tombador; Chapada Diamantina; Interações fluvio-eólicas; Heterogeneidades

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Priscila Fonseca Clave Gomes, Claiton Marlon Santos Scherer, Jean Carvalho Toledo