51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CORRELAÇÃO ENTRE SÉRIES TEMPORAIS DE DESLOCAMENTOS INSAR E PLUVIOSIDADE PARA RASTEJO EM ZONA URBANA (OURO PRETO, MG)

Texto do resumo

Ouro Preto apresenta, historicamente, problemas urbanos associados a zonas de risco geológico. Entre as causas atreladas a essa condição, destacam-se fatores litoestruturais, como a presença de rochas friáveis e caimento das camadas de forma concordante com a orientação principal dos cortes de talude na região da serra de Ouro Preto. Diante disso, os problemas são potencializados pela ocupação irregular da região que remonta desde o período colonial e, até os tempos atuais, antigas galerias exauridas de exploração de ouro servem zonas de infiltração de água, sendo até mesmo observados processos de subsidências em determinadas porções da cidade. Um exemplo deste cenário é o bairro Morro São Sebastião que possui inúmeras galerias. Por fim, ainda cabe destaque às taxas pluviométricas da região: a grande concentração de chuvas entre os meses de novembro a março dita o desenvolvimento de instabilidades de taludes ao longo da cidade. Esse conjunto de fatores, implica em um contexto de gestão complexa, onde tecnologias de monitoramento geotécnico são fundamentais para suporte na tomada de decisão. Aliado a isso, salienta-se a necessidade em compreender cada uma das variáveis fisiográficas que impactam no desenvolvimento de movimentos de massa. O presente estudo trabalhou conjuntamente com bases de dados públicas de chuvas (CEMADEN) e dados de deslocamentos superficiais medidos a partir da interferometria de radares de abertura sintética acoplados em plataformas orbitais (InSAR). O objetivo principal das análises conduzidas foi compreender a relação entre a magnitude dos deslocamentos superficiais em zona de rastejo da cidade e a intensidade de chuvas no período. Foram avaliadas séries temporais longas compreendendo o empilhamento de imagens SAR de dezoito meses e registros de chuva do mesmo período (entre fevereiro/2021 e agosto/2022). Inicialmente foram performadas análises exploratórias sobre dados de todas as estações pluviométricas presentes no território de Ouro Preto e, considerando a completude das bases e o posicionamento geográfico das estações, ponderou-se pelo estudo a partir de dados da estação São Cristóvão. A segunda parte da análise foi baseada na construção de gráficos conjuntos de chuva e deslocamentos. Como referência foram consideradas séries temporais de deslocamento amostradas tanto internamente como externamente à região do rastejo. Considerou-se não apenas dados absolutos de chuva como também as séries de chuva acumulada. O principal produto do trabalho foi a identificação de alta correlação positiva entre a aceleração do rastejo e o aumento nas séries de chuva acumulada. A principal conclusão do trabalho reside na confirmação quantitativa da influência das chuvas para o desenvolvimento do rastejo.

Palavras Chave

InSAR; Rastejo; Pluviosidade; Ouro Preto

Área

TEMA 03 - Risco Geológico, Geologia de Engenharia e Barragens

Autores/Proponentes

PEDRO AUGUSTO BRAGA SANTOS, Victor Garcia Magalhães , Gabriel Galdino de Magalhães, Maria Eugênia Silva de Souza