51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ARCABOUÇO ESTRUTURAL DO GREENSTONE RIACHÃO DO OURO E METALOGÊNESE AURÍFERA ASSOCIADA

Texto do resumo

O greenstone Riachão do Ouro está inserido no extremo norte da Faixa Brasília, na região sudeste do estado do Tocantins, onde se encontram os depósitos de ouro do Paiol, Vira-Saia e Cata Funda, a sul da cidade de Almas. O arcabouço estrutural pode ser compartimentado em três fases deformacionais progressivas desenvolvidas durante o paleoproterozoico, quando foram formadas as principais estruturas que controlam a mineralização.
Na primeira fase deformacional (dúctil) ocorre a formação da foliação S1, de direção geral NW-SE e NE-SW, desenvolvida no plano axial de dobras isoclinais similares (D1), com rompimento dos flancos e, consequentemente, transposição do acamamento sedimentar. As dobras D1 regionalmente formam sinclinórios e anticlinórios de eixo subhorizontal com duplo caimento, que exibem flanco invertido onde as rochas vulcânicas máficas da base do greenstone (Fm. Córrego do Paiol) se sobrepõem às rochas metavulcanossedimentares de topo (Fm. Morro do Carneiro), como é no caso do Paiol e Cata Funda. No plano S1 está contida a lineação de estiramento L1 de caráter down-dip, que evidencia as falhas de empurrão que cavalgam internamente as rochas do greenstone, além contornarem os grandes domos de granodioritos e pequenos corpos do embasamento TTG.
Posteriormente, com o progressivo aumento da compressão, ocorre a formação da foliação espaçada (S2) gerada por falhas transcorrentes, de caráter rúptil-dúctil, que representam rampas laterais de empurrão, de direção NE-SW e NW-SE, onde está contida uma lineação L2 (strike-slip). O depósito de Vira-Saia está encaixado nessas falhas, em corpos granodioríticos cisalhados da Suíte Serra da Areias.
Na fase D3, com a contínua aproximação do anteparo cratônico desenvolve-se a mudança do σ1, quando são geradas extensas falhas transpressivas, que aproveitaram os planos de empurrão gerados na fase D1. A foliação milonítica S3, que é subparalela a foliação S1, apresenta uma lineação de interseção oblíqua ao plano S3, indicando um movimento destral na porção do Paiol e sinistral na região de Cata Funda, separadas pela inflexão da Serra da Areias. Nesta fase ocorre a formação das dobras D3, que constituem dobras de arrasto de eixo subvertical, geradas por zonas cisalhamento em domínio dúctil.
Na mina do Paiol observou-se que o corpo de minério está segmentado por duas falhas trasncorrentes (S2), que indicam possível basculamento de blocos. No corpo central, de maior espessura e teor, o plunge da mineralização está associado a estas falhas, além de estar possivelmente encaixado no eixo de uma dobra D3, paralelo a lineação de interseção do plano da foliação milonítica S3//S1.
Deste modo, podemos interpretar que a mineralização aurifera do greenstone Riachão do Ouro está diretamente controlado pelo arranjo estrutural das falhas trancorrentes D2 e com as falhas transpressivas D3, onde ocorreram condições físicas (espaço) para migração e aprisionamento de fluidos hidrotermais mineralizados em ouro.

Palavras Chave

estrutural; Almas; Ouro

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Augusto Fonseca Fernandes, Guilherme Ferreira Canedo, Fernando Santos Seabra Cardoso, Joachim Karfunkel