Dados da Submissão

Título

Assinaturas de química mineral de ouro aluvionar nas proximidades da Mina de Morro do Ouro, Paracatu, MG: Uma comparação entre análises por Microscópio Eletrônico de Varredura e Microssonda Eletrônica

Texto do resumo

A Província Mineral de Vazante-Paracatu, NW do estado de Minas Gerais, é uma província de elevado interesse para a exploração para uma grande variedade de bens minerais, dentre eles o ouro. A área de estudo abrange a Mina Morro do Ouro (604 Mt @ g/t), a maior mina de ouro a céu aberto em operação no Brasil. A jazida Morro do Ouro é hospedada em rochas do Membro Morro do Ouro, da Formação Paracatu, pertencente ao Grupo Canastra. Se insere no contexto geotectônico da Zona Externa da Faixa Brasília. Os Projetos de Levantamentos Geoquímicos Vazante 1 e 2 se destacam dentre uma série de trabalhos realizados na área pelo Serviço Geológico do Brasil, em razão das amostragens de concentrado de bateia. Esse trabalho propõe reanalisar essas amostras de concentrado para a realização de estudos de caracterização química no ouro aluvionar por Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV-EDS) e Microssonda Eletrônica (EMPA), e comparar seus resultados. A escassez de estudos metalogenéticos na área, assim como a necessidade de rastrear novas mineralizações de ouro serviram como motivação para a condução desse trabalho. Foram analisados 78 grãos de ouros em 14 estações de amostragem. Para a análise em MEV, 15 elementos químicos foram analisados: Au, Ag, Cu, Hg, Pt, Pd, Ni, As, S, Bi, Te, Se, Zn, Pb, Fe. E para análise em Microssonda, 11 elementos foram analisados: Au, Ag, Cu, Hg, Pt, Pd, Ni, As, S, Co e Pb. Para ambas as análises, os grãos de ouro obtiveram três tipos de assinaturas químicas distintas: (i) homogêneos, (ii) zonados, (iii) grãos com diferença química entre núcleo e borda. Os grãos com diferença química entre núcleo e borda não estão incluídos nos estudos genéticos do depósito, em razão da diferença ser considerada como resultado de alteração em ambiente secundário. Nos grãos homogêneos, a concentração de Au detectado pela Microssonda variou entre 99,51% e 68,42%, com mediana de 91,42%. Enquanto que nos grãos homogêneos analisados pelo MEV-EDS, a concentração de Au variou entre 99,77% e 69,58%, com mediana de 91,42%, significando uma variação de 0,15% entre medianas. As concentrações de Ag dos grãos homogêneos na Microssonda variaram entre 24,55% e 0,10%, com mediana de 5,64%, e no MEV-EDS variaram entre 26,75% e 0%, com mediana de 7,04%. Significando uma variação de cerca de 19% entre medianas. Nos grãos zonados, as concentrações de Au na Microssonda variaram entre 99,03% e 61,61%, com mediana de 89,87%. Enquanto que os zonados analisados pelo MEV-EDS a concentração de Au variou entre 99,40% e 55,07%, com mediana de 92,14%, representando uma variação de 2,5% entre as medianas. A análise em microssonda das concentrações de Ag nos grãos zonados variou entre 31,92% e 0,32%, com mediana de 6,68%. Na análise pelo MEV-EDS, as concentrações de Ag variaram entre e 41,49% e 0%, com mediana de 7,40%, representando uma variação de 9,72% entre os valores das medianas. Os valores das concentrações de cada grão de ouro foram plotados em diagramas ternários Au-Ag-Cu de classificação genética do depósito. Foram feitos dois gráficos, um para cada método. O gráfico ternário gerado pela análise em MEV-EDS aponta para uma assinatura química inconclusiva da gênese do ouro. Já o gráfico gerado pela análise em Microssonda aponta para depósitos de ouro orogênico e hidrotermal. Os valores das concentrações de Au e Ag em ambas análises apresentaram uma faixa de concentração similar, portanto, recomenda-se fortemente análises em MEV por ser um método mais acessível.

Palavras Chave

Morro do Ouro; Paracatu; Ouro Aluvionar; Microscópio Eletrônico de Varredura; Microssonda Eletrônica