51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE OCORRÊNCIAS DE ROCHAS MANGANESÍFERAS DA SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR RIO DAS MORTES, CINTURÃO MINEIRO

Texto do resumo

Há um crescente interesse geológico no estudo sobre os minérios de Mn devido ao aumento da demanda por elementos críticos, como Mn, Ni e Li. Este é o caso de uma área entre as cidades de Ibituruna e Conselheiro Lafaiete, estado de Minas Gerais, que apresenta ocorrências de minerais de Mn associadas à evolução geológica do Cinturão Mineiro. Esse cinturão é representado por corpos plutônicos e vulcânicos siderianos-riacianos (2,47 a 2,10 Ga) e por rochas ultramáficas, máficas e sedimentares paleoproterozoicas reunidas em sequências metavulcanossedimentares. A sequência metavulcanossedimentar Rio das Mortes se destaca pela presença de minas e ocorrências de rochas químicas manganesíferas metamorfizadas (gonditos) e apresenta cerca de 130 km de extensão por 4 km de largura. Os gonditos desta sequência estão associados a espessos pacotes de filitos, que possuem idade máxima de deposição de 2148 ± 29 Ma. Esse pacote metassedimentar é intrudido por diques do metagranitoide Ritápolis (2121 ± 7 Ma) e por corpos pegmatíticos (2129 ± 33 Ma). O presente trabalho tem como objetivo apresentar dados preliminares referentes a caracterização mineralógica por DRX, quantificação do minério e MEV-EDS de duas pequenas áreas mineradas, que estão localizadas nas proximidades do vilarejo de Penedo. Os níveis mineralizados apresentam entre 0,7-1,2m de espessura e são representados por uma rocha manganesífera de coloração escura, que ocorre intercalada com filitos e níveis quartzosos, sendo que esse conjunto é intrudido por pegmatitos e por um dique de uma rocha metabásica fortemente intemperizada. O minério de Mn apresenta textura bandada representada por níveis muito ricos em espessartita intercalados ora com quartzo ora com goethita. Além disso, apresentam alternância entre áreas maciças, constituída principalmente por espessartita, e outras alteradas com goethita e litioforita. Logo, o bandamento composicional reflete os aspectos genéticos relacionados à deposição química. O minério é representado predominantemente por espessartita (45-65%), enquanto litioforita, pirolusita e criptomelana são minerais secundários comuns de Mn variam entre 5-16% em massa. Hausmanita, ilmenita, hollandita somam < 1%. Goethita é um mineral secundário comum, importante carreador de Mn, enquanto caulinita é restrita a uma amostra e ambos estão relacionados a alteração intempérica da granada. Associado ao minério de Mn foram encontrados diversos minerais acessórios representados por zircão, monazita, calcopirita, esfalerita, pentlandita e pirrotita. A presença de sulfetos Ni-Cu-Zn inclusos na granada sugere contribuição de uma fonte hidrotermal e lixiviação de rochas ultramáficas-máficas. Assim, os elementos de interesse encontram-se distribuídos: (i) na espessartita, no caso do Mn (~3/4),e, secundariamente, na pirolusita, litioforita e goethita com Mn, que apesar do baixo teor de Mn, apresenta boa quantidade em massa no minério; (ii) sulfetos na espessartita, e (iii) na litioforita. Neste caso, as análises de EDS são incapazes de detectar Li, no entanto, os dados de DRX permitem inferir a presença de litioforita. A proximidade das ocorrências e contexto geológico, permite associar estas rochas ao distrito manganesífero de Conselheiro Lafaiete, e aumentar o potencial geológico das mineralizações associadas à evolução paleoproterozoica do Cinturão Mineiro.

Palavras Chave

análise quantitativa por DRX; minério de manganês; gondito; Cinturão Mineiro; elementos críticos.

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Mariana Barcellos da Silva, Matheus Lamas Machado, Ruan Pereira de Moraes Figueiredo, Danyel Pereira Avellar da Cunha, Ciro Alexandre Ávila, Reiner Neumann