Dados da Submissão
Título
ANÁLISE ESTRUTURAL DOS CARBONATOS DA FORMAÇÃO ACAUÃ, FAIXA SERGIPANA, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE BRASIL
Texto do resumo
A Formação Acauã é composta por uma sequência carbonática neoproterozoica e faz parte do Domínio Estância, Faixa Sergipana da Província Borborema. Esta unidade litoestratigráfica está localizada na borda oeste da Bacia do Tucano Central e hospeda um acervo de estruturas que registram diferentes estágios/regimes de deformação (dúctil, dúctil-rúptil e rúptil). A partir da integração de dados estruturais de campo e interpretação de imagens aéreas obtidas com VANT, esta pesquisa teve como principal objetivo compreender a evolução tectônica-estrutural dos carbonatos da Formação Acauã, próximo ao município de Euclides da Cunha/BA. Duas litofácies principais compõem a unidade: calcário maciço escuro e calcário laminado cinza. O acamamento apresenta direção preferencial NE-SW e mergulho que varia de 5° a 32° para SE e NW. Ocorrem dobras suaves a abertas, com eixo subhorizontal com caimento preferencial para NE. A trama dúctil-rúptil é caracterizada pela ocorrência de tension gashes de direção preferencial NW-SE, em ambas as fácies, contudo a maior frequência de ocorrência se dá nos níveis carbonáticos maciços. Na unidade laminada esses veios ocorrem associados a falhas normais de rejeito centimétrico. Localmente os tension gashes cortam a zona de charneira das dobras. A trama rúptil é marcada pela presença de falhas normais, inversas e transcorrentes. As normais ocorrem com maior frequência e dispostas em dois trends principais: NW-SE e NE-SW. No primeiro grupo, predominam falhas do tipo normal com componente oblíquo, além de uma falha transcorrente. O segundo grupo apresenta falhas oblíquas e falhas de empurrão. Em uma falha de direção NW-SE, foi observada significativa sinuosidade do plano ao longo do seu mergulho, sendo marcada no limite da unidade laminada e maciça. A sobreposição de estrias e fibras minerais no plano das falhas indica que parte das falhas ocorrem a partir da reativação de superfícies pré existentes. Ocorrem em planos subverticais com direção NW-SE na unidade laminada e em planos sub-horizontais com direção NE-SW na unidade maciça. A partir do acervo de estruturas observado e das suas relações de corte é possível interpretar que a Formação Acauã foi submetida inicialmente aos esforços compressivos NW-SE responsáveis pelo dobramento regional desta unidade. Posteriormente, sob regime dúctil-rúptil houve a formação de falhas de empurrão com transporte para NW com dobras associadas a propagação das mesmas. A orientação dos tension gashes perpendicular ao eixo das dobras indica que os regimes dúctil e dúctil-rúptil ocorreram em um campo de tensão com σ1 na direção NW-SE. Pelo menos dois eventos deformacionais foram identificados: o primeiro associado à formação de falhas reversas, possivelmente, relacionadas à orogênese Brasiliana-Pan-Africana, e o segundo relacionado à geração de falhas normais e oblíquas, provavelmente vinculados à abertura da Bacia do Tucano Central. A presença de falhas associadas a tension gashes, sugere que as estruturas formadas em regime dúctil-rúptil favoreceram a subsequente nucleação de falhas normais relacionadas à fase rifte da bacia.
Palavras Chave
Tension Gashes; Falhas de empurrão; Estilólitos tectônicos; Anticlinal
Área
TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica
Autores/Proponentes
Acauã Izidio Silva, Raquel Beatriz Franco Cardoso Araújo, Maria Laura Silva Correa Reis, Arthur Sampaio Möller, Daniel Oliveira Barbosa, Osvaldo José Correia Filho, Tiago Siqueira Miranda, Virginio Henrique Miranda Lopes Neumann, José Ricardo Gonçalves Magalhães, Julio Carlos Destro Sanglard, Bruno Raphael Barbosa Melo Carvalho