51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO DE UM DIQUE MÁFICO NA PORÇÃO NORTE DA PROVÍNCIA ALCALINA DE GOIÁS, REGIÃO DE ARENÓPOLIS

Texto do resumo

A Província Alcalina de Goiás (PAGO) engloba grande variedade de tipos litológicos de origem vulcânica, subvulcânica e intrusiva, predominando rochas de composição alcalina. O objetivo deste estudo é classificar, através de análises petrográficas, geoquímicas e de química mineral em clinopiroxênio um dique máfico, situado na região de Arenópolis, porção norte da PAGO. Para este estudo, foram coletadas quinze amostras ao longo do dique. As amostras foram nomeadas previamente como Onça, devido ao fato dele estar localizado próximo a um córrego com esse nome. Dentre estas amostras, dez foram selecionadas para confecção de lâminas delgadas. As descrições petrográficas foram realizadas no Laboratório de Mineralogia e Petrografia da Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Dentre as dez amostras, oito foram escolhidas para obtenção de análises geoquímicas de rocha total, realizadas no Núcleo de Apoio à Pesquisa Geoanalítica da Universidade de São Paulo (USP). As análises de química mineral em piroxênios foram realizadas no Instituto de Mineralogia, Universidade de Münster, Alemanha. Foram analisados piroxênios na forma de fenocristais e os presentes na matriz. Através da petrografia em escala macroscópica e microscópica, observou-se que as rochas se assemelham a ankaramitos. Os dados de geoquímica de rocha total mostram que as amostras exibem pouca variação composicional, como exemplificado pelos valores de SiO2 (44,44-45,27 wt.%), Al2O3 (12,00-12,42 wt.%), CaO (11,27-11,86 wt.%), e álcalis (K2O+Na2O = 4,47-4,69). O conteúdo de MgO varia de 8,65 a 9,19 wt.%, definindo #Mg entre 0,54 e 0,55. As amostras pertencem a série shoshonítica (K2O vs. SiO2 wt.%), e considerando o diagrama TAS (K2O+Na2O vs. SiO2 wt.%), plotam no campo dos basanito-tefrito/basalto. Os piroxênios presentes como fenocristais, bem como os da matriz, foram classificados como diopsídios. Os fenocristais apresentam diversas texturas de instabilidade, como zonações acentuadas e reabsorções, demonstrando reações devido as mudanças na composição do magma. Os fenocristais de diopsídio (En38-49; Fs5-13; Wo44-48) apresentam maiores teores de MgO (12,45-17,57 wt.%) e FeO (3,24-7,80 wt.%) quando comparados aos cristais da matriz (En34-41; Fs11-16; Wo45-49) MgO (8,96-14,01 wt.%) e FeO (7,26-8,99 wt.%). Os elementos terras raras (ETR) das amostras estudadas, quando normalizados para Manto Primitivo, apresentam grande similaridade com Basaltos de Ilhas Oceânicas (OIB) e possuem enriquecimento em ETRs leves em relação aos ETRs pesados (La/YbN = 21,35-22,94). Comparando a composição de elementos maiores das amostras deste estudo com picritos, basanitos, e demais kamafugitos da PAGO, o dique apresenta composições semelhantes aos basanitos da região de Águas Emendadas, Amorinópolis, GO. Assim, sugerimos que a rocha máfica que compõe o dique Onça é um ankaramito de composição basanítica, similar a basaltos alcalinos do tipo-OIB, o que indica uma certa influência de pluma mantélica na fonte deste magma.

Palavras Chave

Dique Máfico; Dique Onça; Ankaramito; Basanito; Província Alcalina de Goiás

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Daniele Silveira Rosa, Fernanda Gervasoni, Tiago Luis Reis Jalowitzki, Rodrigo Antonio Freitas Rodrigues , Elisa Soares Rocha Barbosa, Caroline Silveira Rosa, Stéfany Silveira Neves, Jasper Berndt, Stephan Klemme