Dados da Submissão

Título

ANÁLISE DA RETRODEFORMAÇÃO NO DEPOSITO AURIFERO DE SÃO SEBASTIÃO, MG

Texto do resumo

O Greenstone Belt Pitangui (2.86 a 2.78 Ga) é um sinclinório de direção NW, localizado a noroeste do Quadrilátero Ferrífero, ao sul do Cráton São Francisco. Litoestratigraficamente é composto pelo Grupo Pitangui, subdividido nas formações Rio Pará (rochas metaultramáficas, metabasaltos komatiíticos, metagrauvacas e BIFs com idade máxima de deposição de 2859 ± 11); Rio São João (metabasaltos, metacherts, formações ferríferas, quartzitos e metabrechas polimíticas e Onça de Pitangui (metapelitos, metagrauvacas, meta-arcóseos, metachert, metaconglomerados e filitos). Essas unidades registram metamorfismo de fácies xisto verde alto grau até fácies anfibolito de baixo à médio. O greenstone belt é intrudido pelo Granitóide Jaguara (2755 ± 13 Ma).
O depósito aurífero São Sebastião conta com uma reserva indicada de 448 Koz com um teor médio de 4.07 g/t de Au, está hospedado em BIFs da Formação Rio Pará, sendo caracterizado como tipo ouro orogênico, composto por zonas de sulfetação replacement-style. O depósito está localizado no flanco nordeste do Anticlinal da Jaguara, uma dobra aberta assimétrica plungeante inclinada cujo eixo tem caimento suave para NW e a superfície axial megulha fortemente para NE. Essa dobra afeta uma zona de cisalhamento de baixo ângulo (empurrão de NE para SW) Dn, que é tangencial ao acamamento e duplica a estratigrafia local. A deformação Dn também está também associada à dobras isoclinais de porte centimétrico a métrico e à foliação Sn, penetrativa, tangencial ao acamamento. A grande falha Dn é afetada por estruturas da fase Dn+1, como Anticlinal da Jaguara e uma sucessão de dobras abertas a fechadas de orientação similar, além de zonas de cisalhamento reversas com transporte de NE para SW. A foliação Sn+1 (clivagem de crenulação) é geneticamente relacionada a essas dobras e zonas de cisalhamento. A orientação e o transporte tectônico observado nas estruturas Dn e Dn+1 são compatíveis com a deformação arqueana descrita no Greenstone Belt Rio das Velhas, cerca de 150 Km para ESE. O arranjo estrutural do Depósito São Sebastião é bastante semelhante ao observado em cinturões de dobras e falhas mais recentes.
Seções-chave, representativas do depósito, e com pouca influência das estruturas paleoproterozoicas (Dn+2), foram retrodeformadas, as seções balanceadas resultantes indicam que as unidades na capa da falha Dn podem ter sofrido um transporte tectônico de cerca de 2 Km para SW, correspondente à um encurtamento de 70,04%. A tectônica neoarqueana relacionada à Orogenia Rio das Velhas, pelo menos na região do depósito, gerou estruturas de características semelhantes às modernas, com dominância de movimentações horizontais e não verticais como esperadas em modelos tipo sagduction e domos e quilhas.

Palavras Chave

Pitangui; São Sebastião; ouro orogenico; Retrodeformação; Tectônica