51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CONTRIBUIÇÕES AO MAPEAMENTO DE INTRUSÕES GABROICAS NA REGIÃO CENTRO-LESTE DE RORAIMA

Texto do resumo

A região centro-leste de Roraima tem sido foco de diversos mapeamentos em escalas variáveis nos últimos anos. Essa região apresenta a maior concentração populacional do estado, além de estar majoritariamente fora de áreas de proteção sócio-ambiental. Em 2023, iniciou-se o mapeamento de quatro folhas padrão 1:100.000, abrangendo parcialmente os municípios de Cantá e Bonfim, delimitadas a leste pelo Rio Tacutu, fronteira com a Guiana, tendo como expoente topográfico a Serra da Lua. Nessa área, afloram essencialmente unidades eo-orosirianas, representadas por rochas ortoderivadas da Suíte Rio Urubu, deformadas e embricadas com charnockitoides da Suíte Serra da Prata e rochas paraderivadas de alto grau do Grupo Cauarane. Posteriormente, tem-se a intrusão de corpos máfico-ultramáficos atribuídos a Suíte Uraricaá (SU), tardi-orosiriana, foco deste trabalho. Originalmente, A SU foi definida na região do Rio Uraricaá, noroeste do estado, agrupando corpos de gabros, dioritos e hornblenditos que ocorrem ao longo de faixas de cisalhamento NW-SE. Posteriormente, essa unidade foi expandida para a porção centro-leste de Roraima, englobando corpos de rochas máfico-últramáficas de idade não definida. A presença desses corpos sugere um evento magmático básico, potencial metalotecto para mineralizações de Fe, Ti, V, Ni, Cr, Mn e Al, com aplicação na indústria além de Cu, Co e EGP, essenciais para a transição energética. Como comprova uma ocorrência de titanomagnetita e ilmenita vanadíferas hospedada em gabro, inserida na área deste estudo, cujos teores de V2O5 em amostras de testemunhos de sondagem variam entre 0,2% a 0,9%. Na área de estudo, essa unidade aflora em corpos subcirculares a alongados segundo a foliação regional NE-SW, não ultrapassando poucos quilômetros de maior eixo, que tem expressão topográfica positiva, formando morrotes com encostas pouco íngremes, destacados pelo solo vermelho escuro que desenvolvem. Nos dados aerogeofísicos, caracterizam-se pelo baixo valor de contagem total, podendo apresentar alto ou baixo magnetismo. Análises de geoquímica de superfície mostram valores anômalos de Cr e Ni em alguns corpos. Até o momento foram descritos 21 afloramentos, expostos comumente em blocos e matacões arredondados, que, apesar do intemperismo, não são raros exemplares bem preservados. Predominam rochas gabroicas lato sensu, com teor de máficos variando de leuco a melagabros, de estrutura maciça, granulação fina a média, inequigranular a poiquilítica, podendo apresentar textura cumulática e coronítica, compostas essencialmente por plagioclásio, clinopiroxênio, hornblenda, ortopiroxênio e magnetita/ilmenita além de biotita, apatita, zircão, sulfetos, carbonatos e clorita como minerais traço. Ocorrências de magnetititos associadas a essas rochas, até o momento três descritas, apresentam-se como blocos poliédricos centimétricos de coloração preta a cinza avermelhada, altamente magnéticos, maciços a foliados, de granulação fina a média, compostos por magnetita parcialmente martitizada e ilmenita, sendo comum a presença de veios de quartzo. Em uma dessas ocorrências, também foram descritas crostas lateríticas com blocos centimétricos de concreções riziformes bauxíticas e manganesíferas associadas. O mapeamento está em andamento e trará mais dados sobre o potencial das rochas máficas dessa região.

Palavras Chave

Corpos máficos; Magnetitito; Roraima

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Leonardo Aguiar, Michele Zorzetti Pitarello, Vanessa da Silva Oliveira, Paulo Roberto Santos Lopes, Bruna Yumi Iimori Macêdo, Brenda de Andrade Feitosa, Bruno Silva de Souza, Tulio Amós de Araújo Mendes, Antonio Charles Silva Oliveira