Dados da Submissão
Título
CONTROLE ESTRUTURAL DE LIQUIDOS ANATÉTICOS EM MIGMATITOS, EXEMPLOS DO EXTREMO SUL DO COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU, ORÓGENO BRASÍLIA, TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA
Texto do resumo
O extremo sul do Complexo Anápolis-Itauçu, no setor meridional do Orógeno Brasília, apresenta associação de gnaisses, migmatitos e granitos que mostram afinidade entre o controle estrutural e a gênese/colocação de granitoides e de rochas parcialmente fundidas. Este estudo trata da identificação e caracterização do controle estrutural de líquidos gerados por fusão parcial e de plútons, na região entre Monte Carmelo (MG) e Araguari (MG). Para isto, utilizou-se da caracterização macroscópica de rochas, análise estrutural em diferentes escalas de observação e análise petrográfica. A área de estudo é constituída por rochas supracrustais (xisto e quartzito), granitoide, gnaisse e migmatito. Este estudo se concentra em um corpo de monzogranito, composto por quartzo, feldspato potássico, plagioclásio e biotita; e no complexo migmatítico ortoderivado, composto por anfibolito e granada anfibolito com diferentes taxas de fusão parcial. Ambos litotipos estão inseridos em um contexto transpressional, com evidências de deformação coaxial (dobramentos) e não-coaxial (empurrões e transcorrência). O monzogranito se insere em uma das zonas de cisalhamento transcorrente com fenocristais rotacionados, foliação defletida, pares S-C-C’ e milonitos, que indicam movimento destral. As foliações possuem direção N-S e alto ângulo de mergulho para E e W. As lineações de estiramento mineral são sub-horizontais. Parte do complexo migmatítico está inserido entre duas grandes zonas de cisalhamento coaxial e não-coaxial com fluxo de material para SE. Esta trama estrutural é definida por foliação anastomosada NE-SW e mergulhos para NW e SE, estando constantemente dobrada. As lineações de estiramento mineral são obliquas a direção da foliação. As relações estruturais e petrográficas indicam que a cristalização do monzogranito foi simultânea à deformação, sendo este corpo sin-tectônico. Logo, observa-se uma relação mútua onde o magmatismo condicionou o início da tectônica cisalhante e essa zona de fraqueza auxiliou na ascensão do magma. A fonte deste magmatismo é incerta, no entanto, os dados obtidos em campo e literatura indicam as rochas supracrustais como um possível protólito. A gênese e colocação do migmatito ortoderivado apresenta um claro controle estrutural, evidenciado principalmente pela morfologia estromática. Outras feições também corroboram este controle estrutural, como o maior crescimento de granada (3-4 cm) peritética em charneiras de dobras. Essa feição é observada em neossomas não segregados, onde há crescimento gradual dos cristais em direção a charneira. Em outras zonas de charneira similares há a concentração de leucossoma. A partir disso, é possível definir que houve uma migração do fundido durante o contexto transpressivo, neste caso, se concentrando na charneira dos dobramentos. Este estudo demonstra a influência do controle estrutural na migração e alojamento de fundido em um contexto transpressivo. Os dados apresentados indicam que um mesmo evento de fusão parcial foi responsável pela geração do plúton estudado e do complexo migmatítico. Assim como, indicam que o processo de fusão parcial foi concomitante a deformação do Ciclo Brasiliano no extremo sul do Complexo Anápolis-Itauçu.
Palavras Chave
COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU; transpressão; Migmatitos; ORÓGENO BRASÍLIA.
Área
TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica
Autores/Proponentes
Fernando Resende Honorato, Marco Antônio Delinardo da Silva, Ticiano José Saraiva dos Santos, João Victor Oliveira Cunha, Ewerton Beneti Poloni, Pamela Pavanetto