51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE MINERAIS OPACOS DA SUÍTE LAGOA DOURADA, CINTURÃO MINEIRO, CRÁTON SÃO FRANCISCO MERIDIONAL

Texto do resumo

A Suíte Lagoa Dourada (SLD), situada na porção central do Cinturão Mineiro (CM), domínio orogênico paleoproterozoico na borda meridional do Cráton São Francisco, possui idade de cristalização estabelecida em ~2350 Ma. Constituída por biotita-hornblenda tonalitos e biotita trondhjemitos, intrudidos por uma rede de diques de composição variada, tem sua gênese associada a rochas TTG de alto-Al, sendo considerada produto da geração de crosta continental juvenil, Sideriana, no CM. Estudos em andamento investigam as condições oxi-redutoras envolvidas na formação da SLD a partir da caracterização de seus minerais opacos, que representam sua mineralogia acessória e são bons indicadores dos processos ígneos ocorridos durante a cristalização de magmas graníticos. Portanto, este trabalho tem por objetivo apresentar a assembleia dos minerais opacos do litotipo hospedeiro (biotita-hornblenda tonalito) e dos diques máficos, félsicos trondhjemíticos e intermediários da SLD, aqui denominados respectivamente de P1, P2 e P3, segundo relação temporal e espacial em campo. Com o auxílio da técnica de microscopia ótica, identificou-se a mineralogia opaca dessas rochas, apresentada por ordem de maior porcentagem, para cada litotipo. A rocha hospedeira é constituída por magnetita, ilmenita, calcopirita e pirita. Os grãos de magnetita e ilmenita possuem granulação entre fina a grossa (~0,025-1,0mm) e uma morfologia predominantemente euédrica com poucos grãos subédricos. Calcopirita e pirita apresentam, respectivamente, granulação que varia de fina a média (~0,025-0,25mm) e fina (~0,1mm) com grãos majoritariamente subédricos. As rochas P1 apresentam pirita, calcopirita e magnetita. Os grãos de pirita possuem granulação variável entre fina e média (~0,1-0,5mm) com formatos que alternam entre euédricos e subédricos. Os grãos de calcopirita são dispersos com granulação fina (~0,01-0,2mm) e morfologia subédrica. As rochas P2 são compostas por magnetita, ilmenita, calcopirita e pirita. Os grãos de magnetita e ilmenita possuem granulação entre fina e média (~0,05-0,55mm) e exibem uma morfologia subédrica. Os grãos de calcopirita e pirita aparecem com uma granulação fina (~0,025-0,15mm) e exibem morfologia subédrica. Por fim, as rochas P3 apresentam magnetita, pirita, calcopirita e ilmenita. Os grãos de magnetita apresentam formatos euédricos e ocasionalmente subédricos com granulação média (~0,2mm). Os demais minerais exibem uma granulação que varia entre fina e média (~0,05-0,25mm) com morfologia predominantemente subédrica. Ao analisar a mineralogia secundária, pode-se identificar o crescimento de goethita (~0,125-0,575mm) associado a pirita nas rochas P1 e P3, e a ocorrência de grãos de goethita isolados (~0,05-0,2mm) nas rochas P2. Nas rochas P3, há o crescimento de grãos de covellita (0,025mm) associado a calcopirita. A caracterização dos óxidos de ferro, com o predomínio da magnetita, e dos sulfetos de ferro segundo a ordem de ocorrência apresentada, acrescido aos aspectos texturais identificados, demonstram que a mineralogia primária conduz à classificação da SLD como uma suíte da série da magnetita, considerando-se a rocha hospedeira e os diques (P2 e P3). De modo geral, sugere-se que sua cristalização tenha ocorrido em condições oxidantes.

Palavras Chave

mineralogia opaca; TTG; granitoides paleoproterozoicos; Cinturão Mineiro

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Alice Mendes dos Santos, Maria Carolina Rodrigues Marcussi, Stephany Rodrigues Lopes, Cristiane de Castro Gonçalves, Leonardo Eustaquio da Silva Gonçalves