Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E DIAGENÊSE DAS ROCHAS DA BACIA DE SÃO PAULO
Texto do resumo
A Bacia de São Paulo abrange o município de São Paulo e as principais cidades da Região Metropolitana de São Paulo, constituindo o principal reservatório de águas subterrâneas da região. No entanto, as rochas da bacia carecem de estudos petrográficos detalhados, especialmente no que se refere à diagenêse atuante durante sua consolidação, fator essencial para entender as transformações que ocorreram ao longo do tempo. O presente trabalho teve como objetivo aprofundar o conhecimento petrográfico, em particular quanto à evolução diagenética na Bacia de São Paulo, fornecendo subsídios para um melhor entendimento das características texturais, mineralógicas e composicionais das unidades litoestratigráficas que a compõem, e que constituem o arcabouço dos aquíferos ali existentes. A bacia abriga o Grupo Taubaté, composto pelas formações Resende, Tremembé e São Paulo, sobrepostos pela Formação Itaquaquecetuba e por Depósitos Aluviais e Coluviais. Foram adotadas duas formas distintas de amostragem: em perfil de extrações de areia em Mogi das Cruzes (SP) e em 20 testemunhos de sondagem provenientes de poços perfurados pela Companhia do Metropolitano de São Paulo. Foram confeccionadas 54 lâminas petrográficas para análise em microscópio óptico e 73 amostras para análise em Microscópio Eletrônico de Varredura, além de análises de difração de raio X. As rochas analisadas incluem arenitos, siltitos, argilitos e argilitos siltosos. Os estudos petrográficos preliminares indicam que os arenitos da Bacia de São Paulo podem ser classificados como arcóseos e subarcóseos, constituídos por uma assembleia mineral de grãos de quartzo, feldspatos, fragmentos de rocha e minerais acessórios; dentre os acessórios o mais comum são as muscovitas, seguidas em proporção por augita, anfibólio, turmalina, zircão e titanita, além de minerais opacos. O espectro de difração de raio X dos argilitos revelou a presença de quartzo, microlínio, albita, caulinita, muscovita e esmectita em diferentes proporções para as formações analisadas. Conclui-se preliminarmente que na Bacia de São Paulo, predominam processos atuantes no campo eodiagenético, sendo marcada por infiltração mecânica de argilas, dissolução de feldspatos e fragmentos líticos, precipitação de argilominerais como caulinita, cimentação por óxidos e hidróxidos de ferro e crescimento secundário de quartzo e feldspato além de baixa compactação mecânica. Ressalta-se que os processos diagenéticos das diferentes unidades da bacia são similares, diferenciando-se apenas pela intensidade de atuação de cada fase.
Palavras Chave
diagênese; Petrografia; Bacia de São Paulo
Área
TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia
Autores/Proponentes
Ana Carolina Alves da Costa, Marcia Regina Stradioto, Chang Hung Kiang