Dados da Submissão
Título
CAVIDADES ASSOCIADAS A FERRO E FLUXOS HIPODÉRMICOS.
Texto do resumo
Algumas cavidades exibem estruturas chamadas canalículos, onde pode ocorrer aporte de água, caracterizando um fluxo subsuperficial ou hipodérmico. Esta água é oriunda da superfície relacionada à pluviometria local. Entretanto, definir a importância do fluxo hipodérmico na gênese/evolução destas cavidades, e quais as condicionantes para que este fluxo possa ocorrer, mostra-se como uma difícil tarefa. Este estudo tem o objetivo de entender a relação entre fluxos hipodérmicos e cavidades associadas a litologias de ferro na região do Quadrilátero Ferrífero (QF) e Carajás (CKS). Para tanto, realizaram-se monitoramentos de pluviometria e vazão, quando foi o caso, em cavidades no QF e em CKS, englobando diversos contextos e litologia variando de canga a hematitito. Avaliou-se o tempo de conexão entre a pluviometria e o aporte hídrico para o interior das cavidades através da instalação de pluviógrafos externos e internos. Descreveu-se as características pluviométricas locais e o comportamento das águas de escoamento e de infiltração. A unidade de estudo hídrico para cavidades ferríferas é sua microbacia. A característica destas microbacias são fluxos de água com grande velocidade devido à alta declividade da vertente. Os resultados indicam que o escoamento superficial tende a predominar sobre a infiltração, mas existe um componente subsuperficial para a gênese/evolução das cavidades. A origem destes fluxos ocorre a partir de descontinuidades onde a água infiltra podendo formar os canalículos observados nas paredes e tetos de algumas cavidades. O processo de ampliação dos canalículos, principalmente a partir da erosão, contribui para o desenvolvimento dessas cavidades ferríferas. A própria geometria da vertente mostra que estes fluxos estão restritos à bacia hídrica associada à cavidade. O tempo que as águas levam para atingir o interior das cavidades variam de minutos a horas, evidenciando a conexão rápida entre os fluxos superficiais e subsuperficiais. Conclui-se que os fluxos monitorados no interior das cavidades são oriundos da dinâmica hídrica das vertentes, não estando associados ao nível d’agua subterrâneo, possuindo alta energia favorecendo a erosão. O aporte hídrico às cavidades corresponde a parcelas da precipitação pluviométrica, que adentram o meio subsuperficial através de descontinuidades, sendo prioritariamente sazonais. Como o meio varia de fraturado a poroso, os fluxos hipodérmicos situam-se dentro da bacia de contribuição hídrica superficial, definida por meio de ferramentas SIG; ou seja, com a definição da área de contribuição hídrica das cavidades, garante-se a dinâmica e evolução das cavidades.
Palavras Chave
fluxo hipodérmico; cavidades; ferro; bacia de contribuição hídrica.
Área
TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais
Autores/Proponentes
Georgete Macedo Dutra, Julio Almeida Moreira, Bruno dos Santos Scherer, Paulo Galvão