51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE FOTOESTRATIGRÁFICA DO AFLORAMENTO ASSADO DA BACIA DE SALTA, UTILIZANDO MODELO 3D DE AFLORAMENTO

Texto do resumo

Modelos virtuais de afloramento, também chamados de modelos digitais de afloramento, são projeções 3D foto realistas da superfície de afloramentos rochosos, na forma de nuvem de pontos, usualmente com densidade de centenas de milhares de pontos/m², ou malha triangulada texturizada, com resolução maior do que 1 cm/texel. Informações sedimentológicas, estratigráficas e diagenéticas podem ser extraídas dos modelos 3D de afloramento na forma de pontos, linhas, superfícies ou volumes, sendo utilizadas para a parametrização e quantificação em geociências. A análise estratigráfica dos modelos 3D de afloramento por sensoriamento remoto segue os princípios da fotoestratigrafia. O afloramento Assado é um dos cerca de 20 afloramentos que ocorrem na região do Dique de Cabra Corral, Província de Salta, Argentina, que expõem rochas da Formação Yacoraite, Grupo Salta, depositadas nos períodos Cretáceo e Paleógeno. Esses afloramentos foram imageados pelos autores desse trabalho, utilizando câmera RGB transportada por aeronave pilotada remotamente e os modelos 3D foram construídos por fotogrametria. O objetivo desse trabalho é apresentar a análise fotoestratigráfica do afloramento Assado e correlacionar as fotofácies com litofácies. Esse afloramento ocorre em um corte de estrada com cerca de 140 m de extensão por 20 m de altura, possui área de 2.930 m². O modelo 3D utilizado na análise fotoestratigráfica apresentada, possui 70 milhões de pontos na nuvem e 6 milhões de triângulos na malha, com resolução espacial de 1,68 mm/texel. A fotoestratigrafia utiliza conceitos derivados da sismoestratigrafia e da estratigrafia de sequências, permitindo a reconstrução de padrões de empilhamento a partir de afloramentos, pela descrição e interpretação geológica dos parâmetros estratais obtidos nos modelos foto realistas. Essa abordagem considera uma fotofácies como uma unidade fotogeológica 3D composta por grupos de terminações estratais coerentes entre si e diferentes das unidades adjacentes. Os critérios para individualizar as diferentes fotofácies são a configuração interna e geometria externa, de forma análoga a sismoestratigrafia. A configuração interna das fotofácies é determinada pelas características fotográficas, como cor (RGB), espectro de reflectância e textura, que estão associados a composição, textura e estrutura das rochas que ocorrem no afloramento. Os limites das fotofácies, ou fotohorizontes, são identificados com base nas terminações dos estratos, que podem ser do tipo truncamento, toplap, onlap, offlap, downlap ou concordante. A geometria externa das fotofácies é determinada pelas relações geométricas entre os fotohorizontes. No afloramento Assado ocorrem, quatro unidades fotogeológicas maiores. Dessas quatro, três unidades possuem estrutura maciça, uma com cor vermelha, outra com cor cinza-escuro e a terceira com cor amarelo-amarronado; e a quarta unidade com estrutura plano-paralela e cor amarelo-amarronado. Todas as quatro fotofácies são predominantemente concordantes, com estratos discordantes localizados, e a geometria externa é tabular. A correlação da análise fotoestratigráfica com dados disponíveis na literatura, permitiu a definição de 9 associações de fácies, que são siltito vermelho, arenito, rudstone, heterolito de arenito e siltito, lamito e marga, laminito crenulado, graistone e packstone, estromatólito e mudstone laminado e maciço. Assim, correlacionando também os tratos transgressivos e regressivos.

Palavras Chave

Fotoestratigrafia; Modelo 3D de afloramento; Supersequência Balbuena.

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Guilherme de Godoy Rangel, Felipe Guadagnin, Eduardo Roemers-Oliveira