Dados da Submissão
Título
A COMPLEXA EVOLUÇÃO TECTÔNICA DO SW DO CRATON AMAZÔNICO: DA AGLUTINAÇÃO DE TERRENOS PALEO-MESOPROTEROZOICOS À FISSÃO DO SUPERCONTINENTE RODÍNIA
Texto do resumo
O Craton Amazônico é um dos maiores fragmentos crustais gerados a partir da ruptura do Supercontinente Rodínia. Os modelos de compartimentação tectônica propostos refletem a visão fixistas ou mobilistas dos seus propositores. Esta contribuição pretende apresentar uma revisão sobre evolução geológica-tectônica do SW do cráton, baseando-se na análise crítica da bibliográfia e na experiência de campo do autor. No Sistema Orogênico Sunsás, a Faixa Nova Brasilândia, representa um cinturão marginal responsável pela justaposição, dos Superterrenos Rio Negro-Juruena (SRNJ) e San Ignácio-Rio Apa. A evolução desses superterrenos, envolvem a aglutinação sucessiva de fragmentos crustais continentais e oceânicos em processos orogênicos associados, em parte, a formação do Supercontinente Columbia.O Superterreno Rio Negro-Juruena (2020 a 1510 Ma) situa-se a norte da FNB, é constituído pelos Terrenos Jamari, Aripuanã, Roosevelt e Alta Floresta. Fragmentos de crosta paleoproterozoica (2020 a 1875 Ma) nos terrenos Alta Floresta e Roosevelt, são típicos embasamentos de arcos magmáticos continentais paleo-mesoproterozoicos, constituídos por extenso vulcanismo e plutonismo orogênicos lateralmente justapostos. Suite ígnea pós-colisional (1600 a 1500 Ma) indica a implantação de regime distensivo, subsequente a aglutinação dos arcos magmaticos continentais (1810 a 1680 Ma). O Superterreno San Ignácio-Rio Apa (1900 a 1250 Ma) é composto pelos Terrenos Jauru, Rio Alegre, Paraguá, Rio Apa Ocidental e Oriental. O Terreno Rio Apa Ocidental tem uma crosta gnáissica paleoproterozoica ((2070 a 1940 Ma), o embasamento para a implantação de arco magmático com vulcânicas e granitos orogênicos (1870 a 1830 Ma). O Bloco Rio Apa Oriental, possui metavulcano-sedimentares e ortognaisses de arco magmático (1780 a 1750 Ma). O Terreno Paraguá é formado por extensos complexos granulíticos e gnáissicos (1770 a 1640 Ma), embasamento das sequências vulcano-sedimentares. Granitogênese de arco magmático e metamorfismo orogênico (1370 a 1290 Ma) antecedem a estabilidade tectônica do terreno. O Terreno Rio Alegre, remanescente de crosta oceânica (1500 Ma) abriga supracrustais metavulcano-sedimentares, associadas a corpos máficos e ultramáficos. Granitos similares aos dos arcos insulares são abundantes (1440 a 1400 Ma). O Terreno Jauru, fragmento de crosta oceânica, formada metabasaltos e metassedimentos clásticos e químicos (1780 a 1720), ortognaisses de arcos insulares (1740 a 1720 Ma) e intrusões máficas-ultramáficas. Dois eventos ígneos, típicos de arcos magmáticos , ocorrem em 1560 a 1520 Ma e 1470 a 1420 Ma. Bacias Intracontinentais e LIPS surgem entre 1200 a 1100 Ma, nos dois superterrenos, indicando um estágio de relativa estabilidade tectônica, com a implantação de bacias sedimentares intracontinentais, formam os Grupos Sunsás-Aguapeí, Dardanelos, Palmeiral. Magmatismo básico, com soleiras e diques, formam as Suítes Rio Perdido, Arinos e Nova Floresta.O Sistema Orogênico Sunsás é formado por duas faixas marginais, Sunsás e Nova Brasilândia, com tectônica transpressiva, granitogênese (1000 a 900 Ma) e metamorfismo regional. A Faixa Aguapeí, caracterizada pela deformação compressiva, com falhas reversas e dobras, metamorfismo regional e raros granitos (920 a 900 Ma), sua natureza intracontinental é sugerida. A ruptura do Rodínia é marcada pela formação da junção triplice, de onde derivam o Aulacógeno Tucavaca e o ramo expandido, que no Brasiliano formará a Faixa Paraguai.
Palavras Chave
SW Craton Amazônico; Evolução Crustal; Ciclos Orogênicos; Bacias Intracontinentais; LIPS Máficas
Área
TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica
Autores/Proponentes
AMARILDO SALINA RUIZ