51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CONTRIBUIÇÃO À LITOESTRATIGRAFIA E GEOCRONOLOGIA DE ROCHAS EFUSIVAS E PIROCLÁSTICAS PALEOPROTEROZÓICAS DO GRUPO ARAÍ

Texto do resumo

O Grupo Araí compreende, em sua porção basal, uma sequência de rochas metassedimentares intercaladas com metavulcânicas do Paleoproterozóico, as quais estão reunidas na Formação Arraias. Essas rochas apresentam baixo grau metamórfico e diferentes estágios deformacionais, além de marcar a fase inicial da abertura do rifte intracontinental do Araí, cujas melhores exposições ocorrem nas regiões do nordeste do Estado de Goiás até o sul do Estado de Tocantins. Essa pesquisa objetiva avançar na caracterização litoestratigráfica de algumas dessas exposições de rochas metavulcânicas, aplicando levantamento de campo, seguido de estudo petrográfico e geocronológico. O conjunto de rochas metavulcânicas agrupam vulcanismo efusivo bimodal (riolito-basalto) que ocorre sob a forma de derrames e sills que exibem vesículas e disjunções, enquanto que os depósitos piroclásticos de queda e de fluxo gravitacional exibem acamamento estratificado contendo bombas, pipes brechados, aglomerados e vesículas. As rochas efusivas ácidas (riolitos a dacitos) exibem arranjo textural porfirítico fino a médio formado por fenocristais de quartzo, K-feldspato e plagioclásio (An25-35), imersos em matriz micro a criptocristalina de composição quartzo-feldspática, tendo biotita, apatita, titanita, zircão e opacos como acessórios. As rochas efusivas básicas a intermediárias (basalto a andesito-basalto) apresentam arranjo textural porfirítico fino a afanítico formado por fenocristais de plagioclásio, clinopiroxênio e olivina em arranjo sub-ofítico a glomeroporfirítico, imersos em matriz criptocristalina composta por cristais tabulares de plagioclásio (An60-70), anfibólio, biotita, apatita, epidoto, quartzo, carbonato e opacos, além de vesículas preenchidas por zeólitas, carbonato, epidoto, clorita e quartzo. O conjunto de rochas piroclásticas exibem textura eutaxítica com fiammes, pumices e esferulitos, além de cristaloclástos (quartzo, K-feldspato, plagioclásio, biotita, opacos) com feições de corrosão e litoclástos soldados em matriz criptocristalina quartzo-feldspática recristalizada. As rochas efusivas apresentam assinatura geoquímica continental de ambiente intra-placa e composição isotópica (Sm-Nd e Sr-Sr) diagnóstica de fonte crustal para as efusivas ácidas e mantélica fortemente contaminada para as efusivas básicas, associada a ação de plumas na base da litosfera. A investigação geocronológica U-Pb em zircão aponta para idade de cristalização no período Statheriano, ou seja, entre 1780 e 1770 (± 10 Ma), porém com herança do período Rhyaciano (± 2220 Ma). Entretanto, a tectônica colisional do Neoproterozoico ligada a Orogenia Brasiliano/Pan-Africano, inverteu a arquitetura interna distensiva do rift Araí, promovendo erosão e dificultado as correlações litoestratigráficas entre os registros vulcânicos. Apesar disso, as feições de campo e estudo petrográfico apontam para a intercalação de eventos vulcânicos fissurais e explosivos, associados a um sistema de fluvial entrelaçado e sob clima semi-árido, durante a fase inicial de construção do rift intracontinental do Araí.

Palavras Chave

Grupo Araí; geoquímica; Petrografia; geocronologia

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Letícia Albernaz Brotherhood, Valmir Silva Souza, Cleverton Correia Silva