51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS CARBONÁTICAS E FOSFÁTICAS AO SUL DA NAPPE DE PASSOS, SUDOESTE DE MINAS GERAIS, BRASIL

Texto do resumo

Na região de Fortaleza de Minas, sudoeste de Minas Gerais, sul da Nappe de Passos, porção meridional do Orógeno Brasília, ocorrem lentes de rochas carbonáticas e pelíticas associadas. Nessas rochas, depositadas sobre embasamento tipo granito, Greenstone Belt Paleoproterozoico Arqueano, sucedem concentrações significativas de fosfato, originando depósitos econômicos (Morro Verde em Pratápolis-MG 5x107ton. a ~10% de P2O5) e outras ocorrências. No Brasil, os principais depósitos de fosfato sedimentar estão associados às bacias carbonato-siliciclásticas do Neoproterozoico. A formação desses depósitos está frequentemente ligada a dois possíveis modelos, que envolvem, respectivamente, fenômenos de ressurgência marinha, como os depósitos fosfáticos fanerozoicos, ou associados à água de degelo e ao intenso intemperismo oxidativo após as glaciações do tipo Snowball Earth no final do Neoproterozoico. O ciclo do fósforo [e influenciado pela atividade biogênica, correntes marinhas, condições paleogeográficas, clima, variáveis físico-químicas, retrabalhamento sedimentar, taxa de sedimentação e variações eustáticas. O enriquecimento supergênico pode tanto propiciar e/ou amplificar a formação de depósitos fosfatados relevantes. As exposições de lentes carbonáticas ao sul da Nappe de Passos são frequentemente encontradas nas antigas pedreiras de calcário no município de Fortaleza de Minas. Em uma dessas pedreiras, o carbonato está em contato direto com clorita xisto, relacionado ao Greenstone belt. Os carbonatos apresentam: 1)fácies maciça a brechada de cor cinza médio a claro; fácies maciça a raramente brechada de cor cinza escuro a preto; 2)fácies laminada cinza claro/escuro. Comumente, todas essas fácies exibem certo grau de recristalização, assim como processos efetivos de silicificação com venulação silicosa e altos teores de Si, maiores do que 30%, medidos com Fluorescência de Raios X Portátil (FRXP), bem como microfraturas preenchidas por quartzo. Processos de dissolução por pressão são sugeridos pela presença de estilólitos. A composição das rochas carbonáticas é principalmente calcítica e calcítica ferrosa, subordinadamente dolomita, indicada pelo tingimento de Vermelho de Alizarina-S e o arranjo textural é micrítico a granular cripto. Os fosforitos ocorrem em associação aos calcários como camadas intercaladas ou em forma de bolsões ou lentes com poucos metros de espessura com provável origem hidrotermal. |Com a granulometria de silte a areia fina, são quase sempre friáveis, apresentando cores que variam de castanho a bege, com tonalidades levemente alaranjadas ou amarronzadas. Também se observam silexitos fosfáticos amarelados a esbranquiçados e brechas fosfáticas bege a amareladas. As concentrações de P, Si e Fe nessas rochas são de 20%, 71% e 2,6% FRXP, respectivamente. Nos arredores dessas pedreiras são encontrados alguns afloramentos de silexito bege, mas sem teores significativos de fosfato. Os aerolevantamentos gamaespectrométricos existentes indicam que as zonas fosfatadas são marcadas por anomalias positivas de Tório, Urânio e também na Contagem Total. Nas medições de campo, as zonas fosfatadas apresentam altos valores de Th. Os dados magnetométricos mostram uma anomalia positiva realçada pela Intensidade do Campo Magnético Total. Este trabalho é apoiado pelo Instituto Serrapilheira (Serra-1912-31510) e CNPq (Processo 408815/2021–3), desenvolvido em parceria com SGB UFMG UFRJ UERJ com colaboração da Mineração Morro Verde.

Palavras Chave

Fosfato Sedimentar; Carbonato; Neoproterozoico; Orógeno Brasília Meridional; Anomalia Gefísica

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

WINICIUS JESUS SILVA, DAVI FERREIRA CARVALHO, Diego Guilherme da Costa Gomes, Márcio Antônio Silva, FABRICIO ANDRADE CAXITO, PAULO HENRIQUE AMORIM DIAS, Gabriel Jubé Uhlein, SUZANA FRANÇA QUARESMA, Isaely Monteiro Vieira, Maria Eduarda Aires Matos