Dados da Submissão

Título

ESTUDO DOS CORPOS METAMÁFICOS DO DOMÍNIO TECTÔNICO CABO FRIO - SUDESTE DO BRASIL

Texto do resumo

O Domínio Tectônico Cabo Frio (DTCF), Orógeno Ribeira Central, é composto por um embasamento Paleoproterozoico (Complexo Região dos Lagos) tectonicamente intercalado com rochas supracrustais Neoproterozoicas (sucessões Búzios-Palmital). Essas rochas foram deformadas e expostas a um metamorfismo de alto grau durante a orogenia Ediacarana-Cambriana Búzios. Neste trabalho, os corpos metamáficos que ocorrem no DTCF foram estudados petrograficamente e geocronologicamente com o objetivo de ampliar o entendimento geológico da região. Para tanto, foi selecionada uma área-chave em Cabo Frio/RJ para investigar quatro tipos de corpos metamáficos que possuem assinaturas geoquímicas e composicionais distintas: (a) Ortoanfibolito do Complexo Região dos Lagos; (b) Corpo metamáfico Ponta do Chapéu da Sucessão de Búzios; (c) Cpx-Grt ortoanfibolito da Suíte José Gonçalves; e (d) Corpo metamáfico Praia Brava da Sucessão Búzios. O ortoanfibolito do Complexo Região dos Lagos apresenta níveis anfibolíticos maciços com mais de 10 cm de espessura (amostra GL-1A) e gnaisses máficos com mais de 3 m (amostra GL-1B). As paragêneses minerais para a amostra GL-1A são: (i) hornblenda e plagioclásio na fácies anfibolito; e (ii) actinolita, plagioclásio e biotita na fácies xisto-verde. Na amostra GL-1B as paragêneses minerais são: (i) clinopiroxênio, granada, plagioclásio, hornblenda, minerais opacos e quartzo na transição entre as fácies anfibolito e granulito; (ii) hornblenda, plagioclásio e titanita na fácies anfibolito; e (iii) hornblenda, actinolita, carbonato, titanita, tremolita, biotita, muscovita, clorita, minerais opacos e epidoto na fácies xisto-verde. O Corpo metamáfico Ponta do Chapéu (amostra GL-3) é dobrado e intercalado com rochas calcissilicáticas e paragnaisses. Esta rocha é homogênea, de granulação média, com níveis leucocráticos subordinados. As paragêneses minerais são: (i) wollastonita, clinopiroxênio, plagioclásio, hornblenda e minerais opacos na transição entre as fácies anfibolito e granulito; (ii) hornblenda, plagioclásio e titanita na fácies anfibolito; e (iii) actinolita, zoisita, carbonato, minerais opacos, biotita, muscovita e clorita na fácies xisto-verde. O Cpx-Grt ortoanfibolito da Suíte José Gonçalves (amostra TH-7T) é um corpo metamáfico de 5 m de espessura, homogêneo, tabular e de granulação fina a média que intrude o ortognaisse do embasamento. As paragêneses minerais são: (i) clinopiroxênio, granada, plagioclásio, hornblenda, ilmenita e quartzo na transição entre as fácies anfibolito e granulito; e (ii) hornblenda e plagioclásio na fácies anfibolito. O Corpo metamáfico Praia Brava (amostra TH-9A) é de granulação média a grossa, apresentando bandas migmatíticas. As paragêneses minerais são: (i) clinopiroxênio, granada, plagioclásio, hornblenda, minerais opacos e quartzo na transição entre as fácies anfibolito e granulito; (ii) hornblenda e plagioclásio na fácies anfibolito; e (iii) tremolita, plagioclásio e epidoto na fácies xisto-verde. Os níveis leucocráticos ocorrem concordantes ou discordantes à foliação. A datação U-Pb em zircão (LA-ICP-MS) para esta amostra produziram idades de (I) 622 ± 13 Ma interpretada como cristalização e (II) 505 ± 6 Ma que foi relacionada ao evento metamórfico. Os estudos corroboram para a existência de corpos máficos gerados a partir de diferentes protólitos. A idade de cristalização de ca. 620 Ma foi interpretada como o início do oceano Búzios.

Palavras Chave

Domínio Tectônico Cabo Frio; ortoanfibolito; Petrografia; geocronologia; oceano Búzios