Dados da Submissão

Título

COMPOSIÇÃO MINERAL E DIAGÊNESE DE ARENITOS DE SISTEMAS TURBIDÍTICOS DO GRUPO ITARARÉ, LESTE DA BACIA DO PARANÁ, ESTADO DE SANTA CATARINA.

Texto do resumo

Turbiditos são depósitos gerados por fluxos gravitacionais subaquosos que ocorrem em diferentes contextos tectônicos, sendo comuns em ambientes de talude continental e marinho profundo, onde podem se tornar importantes na geração de hidrocarbonetos, e na formação de reservatórios. Os reservatórios turbidíticos apresentam estrutura, composição mineralógica e textural complexas que são importantes no estudo da proveniência, ambiente tectônico, evolução diagenética e na análise exploratória de hidrocarbonetos. Este trabalho apresenta um estudo petrográfico de arenitos aflorantes no leste da Bacia do Paraná, estado de Santa Catarina, para determinar sua composição mineral e caracterizar os principais eventos diagenéticos. Os arenitos analisados pertencem às formações Taciba e Campo Mourão (Grupo Itararé), que possuem sistemas turbidíticos confinados e não confinados produzidos em períodos glaciais e pós-glaciais. Essas unidades litoestratigráficas têm sido utilizadas como estudo de análogos de reservatórios para hidrocarbonetos em bacias offshore brasileiras. Foram analisadas 39 lâminas delgadas de arenitos, sendo 22 da Formação Taciba e 17 da Formação Campo Mourão, oriundas de amostras coletadas em dois afloramentos no município de Doutor Pedrinho. A análise mineralógica (detrítica e diagenética) foi realizada por microscopia óptica com luz polarizada e microscopia eletrônica de varredura (MEV). No diagrama de Folk, os resultados da análise modal (300 grãos/lâmina) indicam que os arenitos da Formação Campo Mourão são arcóseos, enquanto os da Formação Taciba são, predominantemente, subarcóseos. São arenitos maciços, muito finos a finos, bem selecionados, com grãos angulosos a subangulosos, com baixa esfericidade. Em ambas as formações o arcabouço é rico em quartzo monocristalino (Qm: 60,3 - 87,7%) e feldspatos (Ft: 12,3 – 39,7%), além de biotita, muscovita e clorita como acessórios (<1%). A matriz corresponde de 1 a 5% e é composta por argilominerais. A porosidade primária ocorre entre os grãos do arcabouço, e a secundária é caracterizada pela dissolução de grãos ou do cimento intergranular, assim como microfraturas transgranulares. Geralmente, as porosidades encontram-se, parcialmente preenchidas por óxido de ferro ou quartzo autigênico. Grãos do arcabouço (quartzo, feldspatos e micas) apresentam deformações rúpteis e dúcteis. Minerais autigênicos ocorrem como cimento de óxido de ferro, calcita, argilominerais, assim como dolomita e pirita. Quartzo autigênico ocorre como sobrecrescimento epitaxial e sintaxial. A ilita e esmectita ocorrem como franjas revestindo grãos, preenchendo poros ou dispersas na matriz. As características faciológicas e texturais atestam o mecanismo de transporte e deposição dominada por fluxos turbulentos de alta viscosidade, onde as partículas são sustentadas pela turbulência. A composição dos arenitos sugere granitos como fontes potenciais. Os processos diagenéticos envolveram estágios da eodiagênese (infiltração de argilas), mesodiagênese (compactação mecânica e formação de cimentos) e telodiagênese (óxido de ferro revestido posoridade secundária).

Palavras Chave

arenitos; diagênese; Turbiditos; Bacia do Paraná