51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO TEXTURAL E GEOQUÍMICA DE SOLEIRAS DA REGIÃO DE PICOS-PI, PORÇÃO LESTE DA BACIA PARNAÍBA.

Texto do resumo

A Bacia Parnaíba foi palco de dois magmatismos no mesozoico, que estão expressos na Formação Mosquito (triássico-jurássico) e Formação Sardinha (cenozoico). A Formação Mosquito é associada à Província Magmática do Atlântico Central, enquanto que a Formação Sardinha foi por muito tempo associada à Província Magmática Paraná, e recentemente está sendo correlacionada à Província Magmática do Atlântico Equatorial. As formações Mosquito e Sardinha afloram principalmente na parte oeste e leste, e compreendem fluxos de lavas e intrusões, respectivamente. As formações magmáticas estabelecidas na Bacia Parnaíba foram estudadas principalmente do ponto de vista petrológico e geocronológico, entretanto, há poucos estudos sobre a caracterização faciológica correlacionada a geoquímica de rocha total. A densidade de trabalhos relacionados a Formação Sardinha ainda é bem menor, quando comparados a Formação Mosquito, dada pela menor exposição das rochas intrusivas na bacia. Contudo, é de suma importância a classificação destas diferentes formações para a melhor compreensão do seu papel no contexto ígneo-sedimentar. O presente trabalho tem como objetivo, classificar faciologicamente as soleiras básicas presentes na porção leste da Bacia Parnaíba, na região de Picos-PI, aliada à caracterização petrográfica e geoquímica das rochas hipabissais. Os perfis estratigráficos elaborados na região mostram uma notável variação de fácies nas porções de base, núcleo e topo dos corpos intrusivos. A maioria das rochas são holocristalinas a holovítreas (basaltos), cuja mineralogia consiste de plagioclásio, piroxênio e opacos, tendo como fase acessória cristais de apatita. Na base dos corpos de diabásio, é possível observar aspecto maciço, fraturas regulares horizontais e verticais, e aparecimento de disjunções colunares verticais regulares que continuam em direção ao núcleo e topo. Petrograficamente, predominam as texturas intergranulares e poiquilíticas, sendo que na base são descritas as texturas granulares e subofíticas, e em direção ao topo predominam as texturas intergranular e subofítica. Para o corpo intrusivo de basalto foram observadas estruturas de disjunções colunares verticais e regulares na base e no núcleo, enquanto que o topo é marcado pela existência da disjunção colunar horizontal. As texturas principais descritas nos basaltos incluem porfirítica e glomeroporfiritica com fenocristais em disposições radiais, além de subofítica. Os dados geoquímicos, possibilitaram classificar composicionalmente os diabásios em basaltos e traquibasalto potássico, enquanto que os basaltos definidos em petrografia, foram classificados como latitos. Estas rochas são subalcalinas a levemente alcalinas, com afinidades toleíticas e metaluminosas, e relativamente evoluídas com elevado teor de TiO2 (> 2 wt.%). Em comparação com estudos prévios, estas amostras são correlacionáveis à Formação Sardinha, principalmente considerando a faciologia, tramas texturais e afinidades geoquímicas.

Palavras Chave

Bacia Parnaíba; Petrografia; Diabásio.

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Felipe Mature Ribeiro Silva, Carla Joana Santos Barreto, Sara Gomes Costa, Jully Viviane Albuquerque Alves, José Antônio Barbosa, Aline Macrina Silva