Dados da Submissão
Título
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIOFÍSICO DA REGIÃO DE RIO DE CONTAS, BA: ÊNFASE NA DINÂMICA GEOAMBIENTAL NO DISTRITO CASA DE TELHA
Texto do resumo
Situado no sul da Chapada Diamantina, Bahia, o município de Rio de Contas destaca-se por seu conjunto arquitetônico colonial tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, resquícios do Ciclo Aurífero no Brasil, presenças de comunidades quilombolas e indígenas, e exuberantes bio- e geodiversidade. No entanto, o distrito Casa de Telha enfrenta desafios socioambientais com a falta de saneamento, pavimentação precária, longos períodos de estiagem e a existência de amplas áreas degradadas no seu entorno. Este estudo delimitou unidades geoambientais de uma área representativa de Rio de Contas, escala 1:25.000 e, após, realizou um detalhamento, escala 1:5.000, com vistas à melhor compreensão dessas unidades no distrito de Casa de Telha. A investigação envolveu uma etapa pré-campo, constituída de levantamento bibliográfico, interpretação de diferentes imagens de sensores remotos e construção de mapas preliminares de Geologia, Geomorfologia e Usos da terra. Após, houve um período de campo para checagem, coleta direta de dados com seleção estratégica de pontos de amostragem e tabulação dos dados coletados. Na etapa pós-campo, procedeu-se à análise, correlação e interpretação dos dados obtidos e exposição dos resultados. Durante esse processo, as unidades geoambientais foram delimitadas levando em consideração aspectos geológicos, morfodinâmica, dados pedológicos identificados na literatura, vegetação natural presente e outros diferentes usos da terra. Como resultado, foram delimitadas 5 unidades geoambientais distribuídas em uma área de 55,25 km². Essas unidades têm características físicas diferentes e níveis variados de suscetibilidade à erosão e à inundação. São elas: 1) Serras: composta por rochas metavulcânicas, metasubvulcânicas e metasiliciclásticas em vertentes íngremes, propensas a forte erosão; 2) Morros residuais: associada às rochas do embasamento cristalino (rochas metamórficas e metaígneas) e apresenta sulcos e ravinas; 3) Pediplanos Retocados Inumados: corresponde aos Depósitos Detrito-lateríticos com suscetibilidade baixa a moderada à erosão; 4) Rampas de Colúvio: formada pelos Depósitos Colúvio-eluvionares, apresenta declives moderados a acentuados, suscetíveis a erosão e 5) Planícies Fluviais: corresponde aos Depósitos Aluvionares, altamente suscetíveis à inundação. No mapeamento de detalhe em Casa de Telha foi possível caracterizar 3 dessas unidades em uma área de 5,4km² e sua relação com as atividades potencialmente poluidoras, identificando conflitos, riscos e impactos ambientais. As unidades Pediplano Retocado Inumado e Morros apresentam diferenças no substrato e na topografia; contudo, ambas são sujeitas a risco geológico baixo associado aos movimentos de massa. Esse risco é agravado pela presença de desmatamento da vegetação nativa. A unidade de Planície Fluvial enfrenta conflitos relacionados ao não cumprimento das normativas ambientais, por exemplo, a Lei 12.651/2012 – Código Florestal, e isso contribui para potenciais riscos hidrológicos, como alagamento e inundação. Por fim, os desafios identificados ressaltam a necessidade de intervenção por parte das autoridades competentes, visando a implementação de medidas regulatórias e de gestão territorial eficazes.
Palavras Chave
Mapeamento temático; Suscetibilidade; Gestão territorial
Área
TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais
Autores/Proponentes
Lucas Santiago Ferrão, Tatiana Nascimento da Silva Santos, Daniel FELIPE DE SÁ OLIVEIRA Sales, Luana DE SOUSA Pereira, Jailma Santos Souza-Oliveira, Ana Virginia Alves de Santana