51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO TOPOLÓGICA DA REDE DE FRATURA DO GRANITO DO CABO DE SANTO AGOSTINHO: IMPLICAÇÕES DO CONTROLE DAS FALHAS RIFTE NO PROCESSO DE ALOJAMENTO DOS DIQUES TARDIOS

Texto do resumo

Intrusões, como diques e soleiras, têm grande importância para reservatórios geológicos, pois podem auxiliar ou prejudicar a percolação e o armazenamento de fluidos como água, hidrocarbonetos, hidrogênio e CO2. Neste âmbito, as fraturas desempenham um papel importante na rede permo-porosa em reservatórios. Investigações acerca da disposição das redes de fraturas nestes ambientes envolvem a quantificação da deformação observada, a definição de corredores de fluido e a conectividade entre os elementos estruturais. Portanto, a análise geométrica e topológica foi aplicada à área de estudo deste trabalho, que compreende o Granito do Cabo de Santo Agostinho. Sua origem está relacionada à evolução tectônica da Bacia Pernambuco. Este pluton apresenta uma variação composicional significativa que envolve fácies graníticas, monzoníticas, traquíticas e diques tardios riolíticos. A área de estudo é marcada pela presença de falhas transcorrentes destrais regionais NW-SE que promovem intenso fraturamento e condicionam a distribuição de rochas de falha, como brechas e pseudotaquilitos. A vetorização da rede de fraturas foi realizada em ortomosaicos de alta resolução (VANT) em três áreas específicas (A1 – nordeste, A2 – leste, A3 – sudeste) sobre o Granito do Cabo. A A1 apresentou orientações preferenciais NW-SE e N-S. Quanto aos parâmetros topológicos, esta porção exibe uma rede com predominância de nós do tipo I e Y. As orientações observadas nas fraturas da A2 são NW-SE, NE-SW e E-W. O parâmetro topológico é caracterizado por exibir mais nós do tipo I. Por fim, a A3 evidenciou orientações preferenciais nos sentidos NW-SE, NNE-SSW e E-W. Os parâmetros topológicos exibem ligeiramente uma maior quantidade de nós do tipo Y do que do tipo X. Os diques estão alojados seguindo uma orientação preferencial E-W. Os padrões de fraturamento observados nas três áreas mostram que a deformação rúptil pode ter sido controlada pelas fraturas induzidas a partir do alojamento dos diques tardios, assim como pela reativação pós-rifte das zonas de falha transcorrentes destrais NW-SE. As áreas onde ocorrem diques e falhas apresentaram um padrão de fraturamento mais conectado em relação às outras áreas estudadas. Na A1, verificou-se que as fraturas possuem orientações preferenciais NW-SE na rocha encaixante e NNE-SSW no dique. Esta porção está localizada a cerca de 300 m da falha NW-SE mais próxima e possui uma maior intensidade de fraturamento associado ao dique. Já a A2, que está mais afastada da falha em relação à área nordeste, não possui diques aflorantes. Fica claro o decréscimo do número de segmentos e visualiza-se também que a maioria das fraturas ocorre com a mesma orientação das falhas transcorrentes NW-SE dextrais. Na A3, a falha sul e os diques estão posicionados diretamente na área de amostragem, o que possivelmente originou a grande intensidade de fraturas. A rede de fraturas orienta-se em muitas direções, o que é favorável à dispersão dos fluidos injetados em um reservatório. Espera-se que o maior fraturamento ao longo dos contatos da maioria dos diques facilite o fluxo de fluidos e forneça áreas de superfície de fluido mineral para carbonatação mineral. Entretanto, intrusões tardias pouco fraturadas em relação à rocha encaixante podem bloquear a migração dos fluidos. Conclui-se que a maior frequência de diques próximo às zonas de falha NW-SE pode indicar que a zona de falha favoreceu a ascensão e o alojamento dos diques riolíticos tardios no pluton.

Palavras Chave

Intrusões ígneas; Emplacement; Deformação rúptil; Rede permo-porosa.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Sara Gomes Costa, Osvaldo Correia Filho, Daniel Oliveira Barbosa, Felipe Mature Ribeiro Silva, Aline Macrina Silva, Ivanna Nunes Monterazo Silva , Jully Viviane Albuquerque Alves, Luiz Henrique Barbosa Aragão, Carla Joana Santos Barreto, Tiago Siqueira Miranda, José Antônio Barbosa, Gabriel Medeiros Marins