51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AVALIAÇÃO GEOQUÍMICA DE FOLHELHOS POTENCIALMENTE GERADORES DE HIDROCARBONETOS DA FORMAÇÃO PONTA GROSSA (DEVONIANO) EM AFLORAMENTOS AO NOROESTE DA BACIA DO PARANÁ

Texto do resumo

A Bacia do Paraná consiste numa região sedimentar intracratônica paleozóica e ocorre em porções territoriais do Brasil meridional, numa área de 1,5 milhão km². Classificada como bacia de deposição vulcano-sedimentar, foi afetada por oscilações eustáticas e eventos de anoxia durante o Devoniano, tendo ocorrido também geração não-convencional de hidrocarbonetos através do calor proporcionado por rochas básicas. A sedimentação da Formação Ponta Grossa, Devoniano da Bacia do Paraná, ocorreu durante essas oscilações do nível do mar. Para esta bacia ainda existe a necessidade de caracterizar intervalos potencialmente geradores, e com isso, o objetivo desse estudo é apresentar intervalos preservados de afloramentos da Formação Ponta Grossa, que mostraram resultados atípicos de teores de carbono orgânico total (COT), enxofre total (ST) e potencialidade para a geração de hidrocarbonetos. Foram selecionadas 52 amostras coletadas em afloramentos situados na porção noroeste da bacia nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A metodologia analítica adotada para avaliação dessas amostras foram aqueles usualmente usadas para tal finalidade: determinação dos teores COT, %S, pirólise Rock-Eval (picos S1 e S2, respectivamente, hidrocarbonetos livres e potencial gerador) e a temperatura do momento de máxima de geração durante a análise (Tmax). Os resultados indicaram que as amostras apresentaram teores de COT entre 0,6 e 5,65% e potencial gerador de hidrocarbonetos variando de pobre a muito bom, com valores de S2 entre 0,60 e 13,44 mg HC/g rocha. O maior valor de ST observado é 4,76%, sendo que os valores mais altos de enxofre acompanham os maiores valores de COT. Os dados de Tmax e ICE indicam que as seções estão de imaturas ao início da janela de geração. Adicionalmente, sugere pouca geração com valores de hidrocarbonetos livre, pico S1, entre 0,01 e 0,19 mg HC/g rocha. Com os dados de IH e de Tmax, foi possível obter a classificação da matéria orgânica como predominante do tipo II/III. Portanto, tais resultados são significativos por representarem uma seção atípica da Formação Ponta Grossa, já que seus folhelhos são geralmente pobres em matéria orgânica nas partes centrais da Bacia do Paraná. Nesses afloramentos os resultados analíticos apresentam índices qualitativos que classificam as amostras com potencialidade desde pobre a muito ricas como rochas geradoras de hidrocarbonetos. Os resultados tendem a ser melhores, qualitativa e quantitativamente, em direção ao topo dessas seções. Esses intervalos podem representar a deposição e preservação das intensas superfícies de inundação marinha em momento de intensa tendência de altas taxas de subida do nível do mar para esse momento de deposição na bacia. Assim, acredita-se tais seções mencionadas representem o intervalo caracteristicamente anóxico do Frasniano da Formação Ponta Grossa.

Palavras Chave

formação Ponta Grossa; Geoquímica Orgânica; DEVONIANO; Carbono Orgânico Total; Pirólise Rock-Eval.

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Lauro Tiago Souza Santos, José Roberto Cerqueira, Hélio Jorge Portugal Severiano Ribeiro, Karina Santos Garcia, Ayana Souza da Silva, Diego Luis Costa Simas, Antônio Fernando Souza Queiroz