Dados da Submissão
Título
APRIMORAMENTO DA TÉCNICA DE SEPARAÇÃO DE ZIRCÃO E BADELEÍTA PARA ANÁLISES GEOCRONOLÓGICAS NO SGB-CPRM
Texto do resumo
Os trabalhos relacionados à geocronologia envolvem várias etapas, incluindo coleta e seleção de amostras, separação dos minerais a serem datados, realização da datação e tratamento e interpretação dos dados. O sucesso da aquisição dos dados só é possível quando o processo de separação dos minerais a serem datados é bem-sucedido. Em se tratando de rochas ultramáficas, máficas, vulcânicas e sedimentos finos, o desafio é ainda maior, pois elas apresentam poucos minerais de interesse ou eles são de tamanhos diminutos. Na maioria das vezes, estas litologias geram concentrados com poucos zircões, o que inviabiliza a datação devido à baixa representatividade, ou até mesmo impossibilita a sua realização. Para superar esse desafio e viabilizar as análises geocronológicas destas rochas para os projetos do Serviço Geológico do Brasil-CPRM (SGB-CPRM), o Laboratório de Preparação de Amostras e Separação Mineral da Superintendência Regional de Salvador (SUREG/SA) implantou, há mais de 10 anos, uma metodologia de separação de zircão, badeleíta e monazita e vem se dedicando ao aperfeiçoamento desta técnica. A concentração mineral é feita utilizando uma mesa concentradora Wilfley, através do aprimoramento de uma técnica aprendida no Jack Satterly Geochronology Laboratory, em Toronto, e a separação mineral é feita em uma lupa Olympus SZX10 com aumento de até 126 vezes. Na Wilfley, a amostra moída é misturada a um pouco de água e colocada em pequenas quantidades no tablado, que possui uma pequena inclinação. A concentração ocorre através de um fluxo contínuo de água que cai sobre a amostra, associado à vibração da mesa, formando um fino filete dos minerais pesados, que é pipetado e colocado em placas de petri descartáveis. A este concentrado é adicionado álcool e, com movimentos semelhantes ao bateamento, os minerais de interesse se concentram em determinadas regiões da placa de petri. Na lupa é feita a catação destes minerais, que são pipetados, colocados em um tubo eppendorf e o concentrado é enviado para o SGB-CPRM, em Brasília, onde serão selecionados os cristais que serão analisados. Desde a implantação desta metodologia, mais de 500 amostras de diversos projetos do SGB-CPRM em todo o Brasil foram processadas, que culminaram em centenas de datações. Atualmente, o aprimoramento desta metodologia tem permitido concentrar cristais de zircão de tamanhos diminutos, quando eles estão presentes em rochas vulcânicas e máficas-ultramáficas. Recentemente, a aplicação desta metodologia em rochas vulcânicas e vulcanossedimentares metamorfizadas e em sedimentos finos do Projeto Geodinâmica da Bacia do São Francisco, da Superintendência Regional de Belo Horizonte (SUREG/BH), permitiu a separação de uma grande quantidade de zircões nestas rochas. Na maioria dessas amostras foram encontradas diversas famílias morfológicas de zircões com tamanhos variados, o que possibilitou a realização de análises geocronológicas com uma quantidade razoável de zircões de cada tipo morfológico, proporcionando dados robustos e bem representativos. Vale ressaltar que algumas dessas amostras já tinham sido processadas anteriormente por outras metodologias, resultando em concentrados com poucos zircões e/ou poucas famílias distintas, e até mesmo algumas sem nenhum grão. O aprimoramento desta técnica constitui um avanço na qualidade dos dados obtidos e tem proporcionado saltos qualitativos importantes no conhecimento da evolução geológica das áreas abrangidas pelos projetos do SGB-CPRM.
Palavras Chave
geocronologia; Wilfley table; concentração mineral.
Área
TEMA 18 - Geocronologia e Geoquímica Isotópica
Autores/Proponentes
Cristina Maria Burgos, Paulo Henrique Amorim Dias, Joseneusa Brilhante Rodrigues, Gustavo Carneiro Silva